Portugal foi abençoado por um "amplo consenso interno" entre os principais políticos, que reflete o apoio popular ao programa, afirmou o ministro das Finanças, Vítor Gaspar. "Nós somos bastante abençoados por um consenso amplo interno na necessidade de ajustar", disse no instituto de estudos internacionais Chatham House.
O ministro falava a propósito da capacidade de Portugal cumprir os objetivos estipulados pelo programa de assistência financeira acordado com o BCE, CE e FMI.
Ficamos a saber que Vítor Gaspar é crente, não se sabe de que religião, mas em que há uns que são mais abençoados do que outros…
Ficamos a saber que Vítor Gaspar confunde Portugal com os portugueses, porque são eles os “abençoados”, por terem sido convencidos a um voto de silêncio, de cilícios e de resignação…
Ficamos a saber que Vítor Gaspar confunde “bênção” com a “mansidão”, resultado da teoria do medo, induzida pelas medidas da “inevitablilidade”…
Ficamos a saber que Vítor Gaspar confunde “consenso” entre políticos da maioria com o apoio popular…
Ficamos a saber que Vítor Gaspar está convencido que os portugueses são do tipo da “mulher do malandro”, que gosta de “apanhar e calar”…
E tem razão! Mas ficamos a saber que quem foi “abençoado” com um povo assim, foram os governos de há 20 anos, inclusive o dele.
Se não, vejam-se algumas notícias, só de hoje, que correspondem a situações, que deveriam levar à insurreição de um povo, que não tivesse sido abençoado:
Claro que tudo isto, AINDA é resultado do governo anterior, porque este ainda não fez nada para melhorar, porque tem piorado…
Claro que este governo tem sido abençoado com a solidariedade dos menos pobres em favor dos “mais desfavorecidos”, em resultado do seu bom trabalhado e das promessas que devem ter feito de ir a Fátima em Audis topo de gama…
Claro que esta recessão é controlada, porque foi uma das garantias deste governo e vai resultar, no fim de 2012, num boom de riqueza nunca visto, mas para os mesmos…
Claro que a redução do consumo interno tem diminuído como programado por este governo, como medida preventiva contra a obesidade e nem o aumento das marcas brancas (dos maiores supermercados) evita a queda de facturação, reduzindo assim as desigualdades que a OCDE denuncia…
Claro que estes trocos não atrapalham a contabilidade orçamental, desde que seja distribuídos por gente de bem e patriótica, porque se fossem cair no bolso de gente da oposição seria ajudar o inimigo…
Claro que depois de pagas as faturas do SNS com o excedente encontrado debaixo do “colchão” e com o conta quilómetros quase a zero, este rigor do ministro da Saúde, famoso como gestor e o silêncio dos “otários”, só pode ser por uma bênção do divino…
Claro que às vezes há responsáveis que assumem a responsabilidade da missão que lhes foi incumbida e atrevem-se a salvaguardar os direitos do abençoado povo e a falar em sua defesa, até o Tribunal Constitucional decretar que não tem razão, mas não sobre tudo o que a Constituição nos garante…
Claro que não sendo os espanhóis cidadãos portugueses e por isso não sendo abençoados, não ficam calados com as medidas dos governos portugueses e queixam-se a quem de direito, embora a Comissão Europeia venha a fazer o papel do nosso Tribunal Constitucional e…
Realmente não falta pano para mangas, mas falta-nos coragem para fazermos manguitos a quem diz que temos um consenso amplo interno na necessidade de ajustar…
Só nos falta vislumbrar um amplo consenso governamental sobre a necessidade de ajustar as medidas de austeridade dentro de critérios de justiça social, direitos constitucionais e equidade…
Só tivemos azar em não termos um Governo de Portugal, também abençoado!
Olha..olha... um tecnocrata a falar como um padre!!
ResponderEliminarUm mistura bestial!
Félix da Costa
ResponderEliminarTambém há padres a falar como tecnocratas, mas esses acreditam em Deus...