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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Aproveitamento e exploração da SOLIDARIEDADE…

A Comissão Europeia apresentou um conjunto de novas medidas para incentivar o financiamento das empresas sociais, entidades que "têm por objecto a realização de objectivos sociais e não a maximização dos lucros".
"Trata-se de um sector em expansão na Europa, que representa já 10% do conjunto das empresas europeias e emprega mais de 11.000.000 de assalariados. Embora estas empresas recebam com frequência apoio das autoridades públicas, o investimento privado, através de fundos que investem na actividade empresarial de natureza social, continua a ser vital para o seu crescimento", aponta Bruxelas.
Nesse sentido, o executivo presidido por Durão Barroso quer introduzir um novo conceito, os "Fundos Europeus de Empresariado Social", para que os investidores possam identificar facilmente os fundos que se dedicam ao investimento em empresas sociais.
A Comissão Europeia, desinteressada que está em resolver os problemas que interferem negativamente no quotidiano dos cidadãos, aposta antes em medidas para incentivar o financiamento empresas sociais, que substituem o Estado nas suas obrigações, ficando-lhes mais barato, porque o seu objetivo não é o lucro. Isto significa uma poupança de dinheiros que são desviados para o setor privado empresarial, que até dá algum paras as empresas sociais, em troca das benesses que os Estados lhes proporcionam, enquanto se demitem das suas responsabilidades.
Para tal, estas empresas são apoiadas pelas autoridades públicas, mais umas migalhas do setor privado, que ainda ganha com a caridadezinha na redução dos impostos (com alguns truques badalhocos), o que serve a todos, menos aos cidadãos, presos e indefesos dessa rede de interesses. Daí que, quanto mais se fomentar o crescimento de empresas sociais, melhor ficarão os homens do capital e os governantes, porque os “homens bons”, quase sempre distraídos, vão dando conta do recado.
O chamado 3º setor, ou sociedade civil, já representa 10% de todas as empresas europeias e “emprega” mais de 11.000.000 de assalariados, que contam na sua maioria com a “boa vontade” de voluntários, sobretudo reformados e jovens, "por dá cá aquela palha" e a consciência do dever.
Esta é mais uma etapa da via neoliberal, que aposta na eliminação dos direitos constitucionais, na precariedade do emprego, no combate ao sindicalismo, no isolamento individual, na dependência crónica e por consequência no assistencialismo institucionalizado, que leva à exclusão social e política, para bem do capital.
Para eternizar as conquistas das finanças e dos seus atores, que a crise lhes conferiu, cá temos Durão Barroso, como presidente da CE a dar uma mãozinha ao sistema, gerando uns "Fundos Europeus de Empresariado Social", que serão infinitamente menores do que o FEEF e permitirão que os mesmos continuem a chafurdar na gamela em que comem todos os porcos.
É a (re)construção de classes (só duas), a institucionalização do ASSISTENCIALISMO generalizado, e nós a assistirmos e a contribuirmos para o nosso próprio desconforto e penúria, até ao desespero generalizado.
Obrigado Durão! Só não és duro com Merkozy, que te humilham a toda a hora e nem dignidade tens para te demitires…
O ASSISTENCIALISMO é a deformação da assistência, a obrigação que contraem os governos com os seus cidadãos, inscrita numa CONSTITUIÇÃO, na qual se assinala o caráter de dignidade de todo o ser humano, sem distinções de tipo algum, e pela qual o governo ha de assisti-los no que se refere à subsistência mínima básica como no caso dos seguintes direitos:
- Moradia a pessoas sem lugar (direito à moradia);
- Albergues;
- Refeitórios públicos;
- Cuidados sanitários.

2 comentários:

  1. Irá ser mesmo uma necessidade a criação de cada vez mais empresas deste tipo.

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  2. Félix da Costa
    Com Popotas e filhos da mesma, só ela é que engorda...

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