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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ao menos no Natal “deem” de prenda algumas VIDAS!

Vários doentes com paramiloidose, mais conhecida como “doença dos pezinhos”, entraram no hospital de Santo António, no Porto, para falar com a administração hospitalar ou com a direção clínica, ameaçando não abandonar a unidade de saúde "até terem uma resposta". Mas, segundo relatou um dos doentes, já lhes foi comunicado que "não havia disponibilidade de agenda" para serem recebidos.
Os doentes afirmam-se “desesperados”, uma vez que se não tomarem o Tafamidis "rapidamente" ficarão com “demasiados sintomas” e serão remetidos para transplante hepático. A operação implica vários riscos para a saúde, como a perda de qualidade de vida e a probabilidade, em 20%, de morte.
O fármaco foi aprovado em julho pela Agência Europeia de Medicamentos, com a designação comercial de "Vyndaqel", e em novembro pela Comissão Europeia. Mas até agora o Hospital de Santo António "não o disponibilizou aos pacientes".
170 portugueses em situação limite
Os dados avançados em março por Teresa Coelho, da Unidade de Paramiloidose do Santo António e que conduziu o ensaio clínico onde o Tafamidis foi testado, revelam que há 1.213 doentes com paramiloidose em Portugal. Desse universo, 740 já foram transplantados e 256 estão excluídos da toma do medicamento porque já têm muitos sintomas da doença. Apenas 170 poderão tomar o Tafamidis.
O Tafamidis, que segundo a Pfizer é o "primeiro e único medicamento aprovado atualmente para retardar o compromisso neurológico periférico em doentes com paramiloidose no início dos sintomas", foi autorizado pela Comissão Europeia no final de novembro. Na altura, o presidente da Associação Portuguesa de Paramiloidose afirmou existir um "prazo de 90 dias" para que o Tafamidis pudesse ser prescrito aos doentes portugueses, estimando-se estar disponível no início do próximo ano.
A concentração é mais uma ação de protesto realizada pelos doentes, que lutam há anos pelo acesso ao medicamento. Em outubro, reuniram-se em Vila do Conde para "apelarem" às autoridades de saúde o acesso ao Tafamidis e em setembro entregaram na Assembleia da República uma petição a exigir a prescrição imediata do fármaco.
Porque estou no epicentro da calamidade, já aqui trouxe este tema e este “problema”, que só o é na medida em que tem custos elevados e poderá estragar a gestão rigorosa do super gestor e ministro da Saúde, assim como a contabilidade dos funcionários de 5ª, ou 7ª categoria da troika.
Cabe aqui perguntar a quem de direito quanto custa uma vida humana, na perspetiva destes robots governantes. E cabe também duvidar da competência dos srs. da troika, quando em cada visita que fazem, (r)emendam as suas anteriores previsões e remendam as medidas que eles próprios tinham proposto, aumentando os cortes nos custos (no caso e agora na SAÚDE) aumentando os sacrifícios e riscos dos utentes do SNS, mostrando, escancaradamente que se enganaram, mais uma vez e que navegam à vista (em reuniões ocultas e números escondidos)…
E quem sofre diretamente tem que ficar mais indignado do que nós e tem que se empenhar mais do que nós, para se manterem vivos e poderem exigir o direito à vida.
Chocante é a resposta da administração hospitalar/direção clínica do hospital de Santo António, justificando a nega ao encontro solicitado, por indisponibilidade de agenda, mas que tresanda a indisponibilidade dessa gente!
E choca também a ineficácia de uma petição à AR, onde os nossos representantes e também dos paramiloidóticos, em vez das “conversas de café”, de escárnio e mal dizer a que nos obrigam a assistir, e não haja um só que se indigne e denuncie esta insensibilidade, este veredicto de morte, que pende sobre todos os atingidos.
Se os transplantes foram interrompidos e o fármaco não lhes é administrado, que lhes sobra a não ser a espera no corredor da morte, com mais sofrimento do que os condenados nos países onde o Estado pode matar quem matou? A diferença é que os paramiloidóticos não mataram ninguém, mas estão condenados e as suas famílias, por efeitos colaterais…
Ao menos no Natal, deixem-se de hipocrisias e “ofereçam” a prenda do Tafamidis!

2 comentários:

  1. Excelente iniciativa. Grata por tu pronta visita. Obrigada e renovo os votos de festas felizes. Saudações Rotárias.
    BShell

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  2. Blue Shell
    Companheira, tudo de bom, para todos.

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