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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O recado de PP: “(não) Comam e calem-se!”

O ministro dos Negócios Estrangeiros português manifestou em Caracas, a sua “apreensão” perante o anúncio do primeiro-ministro grego de fazer um referendo sobre o plano de resgate europeu, considerando que cria “um fator de insegurança e imprevisibilidade”.
O governante aproveitou para endereçar um recado aos portugueses para valorizarem a “estabilidade e o consenso” que existem em Portugal relativamente às medidas para combater a crise e as metas estabelecidas pela “troika”: “Permitam-me que diga aos nossos compatriotas que, quanto mais virem noutros países sinais de instabilidade e de divisão, mais os portugueses devem valorizar a estabilidade e o consenso em Portugal, porque é isso que faz de Portugal um país diferente, um caso singular, sermos vistos como um país estável e cumpridor”, declarou.
Pois, também para PP foi uma jogada de que não estava à espera e estava estavelmente indiferente ao drama do povo grego, tal como com o nosso, preocupando-se apenas com os “mais desfavorecidos”, os velhinhos e os pensionistas, que são os seus objetivos mínimos...
Quanto ao recado para os portugueses valorizarem a estabilidade e o consenso, até parece que os gregos não defendem a estabilidade e o consenso, lutando pela sobrevivência pessoal e nacional, contra todas as humilhações a que estão a ser sujeitos.
E esqueceu-se de dizer que o REFERENDO é um processo democrático, legítimo e constitucional.
Mas sobretudo esqueceu-se de dizer que a receita que a troika nos deu é exatamente igual à que prescreveram para a Grécia, que só deu miséria e que pelas mesmas razões será o fruto que também vamos colher…
Se o recado viesse de quem não é parte interessada, ainda vai que não vai, mas a estabilidade e o consenso de que PP fala é para o governo se aguentar, cortando, cortando, cortando e para que o povo coma e cale…
Obrigado “papá”, mas não vai haver papa para todos!
Simon Johnson, professor do MIT, considera que o referendo ao 2º pacote de resgate à Grécia faz algum sentido, porque vai definir o futuro do país num curto espaço de tempo.
A Grécia vai entrar em incumprimento, na opinião do antigo economista-chefe do FMI, Simon Johnson e os líderes gregos não vão ser capazes de explicar à população qual a necessidade de haver um novo pacote de resgate ao país, que o primeiro-ministro George Papandreou pretende levar a referendo.
Pelos visto, quem sabe mais do assunto e não é juiz em causa própria, vem dizer o contrário do que PP disse.
Hoje em dia, qualquer leigo já percebeu (e os especialistas já não tem dúvidas) que a Grécia vai entrar em incumprimento por causa das medidas de austeridade e os líderes gregos, sejam quais forem, não vão ser capazes de explicar à população a necessidade de haver um novo pacote de resgate para continuarem com mais austeridade até descerem ao inferno.
E disso é que PP tem receio, porque com os olhos abertos vemos todos muito melhor…

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