(per)Seguidores

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Europa vai em contramão e diz que são os outros…

Ao fazer o balanço da reunião da cimeira do G20, na semana passada na França, a presidente Dilma Rousseff defendeu que o combate à extrema pobreza seja prioridade diante da crise internacional. Para ela, países que socorrem bancos em dificuldades, perto de falir, podem também oferecer subsídios às famílias em condição de extrema pobreza. E voltou a defender, que a busca pela criação de empregos e a manutenção dos direitos sociais tenha prioridade, em vez da agenda adotada pelos países europeus, que vivem no centro da instabilidade.
A reunião do G20, grupo dos países mais desenvolvidos, teve como principal preocupação as incertezas relacionadas com a capacidade de países como a Grécia pagarem as suas dívidas soberanas e foi discutido também o papel das nações emergentes neste cenário e as formas de evitar que haja uma recessão prolongada.
"A crise económica mundial, que está a abalar, principalmente, os países da Europa e os Estados Unidos, não pode ser resolvida com desemprego e muito menos com a redução dos direitos do trabalho. A questão do desemprego é extremamente preocupante", disse Dilma. "O grande desafio para esta crise é o caminho para retomar o crescimento: o caminho do investimento, do consumo e da geração de empregos," afirmou. E foi além ao defender a proposta da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que cria um Piso Mundial de Proteção Social para famílias extremamente pobres – as mais afetadas pela crise. "Se os países se dedicam a resgatar os seus bancos, podem muito bem oferecer um subsídio para uma família em estado de pobreza extrema.". E deixou claro que a ação não seria "filantropia", mas "uma oportunidade para superar as dificuldades".
Durante a sua participação na reunião da cúpula do G20, Dilma manteve a preocupação com o emprego como centro dos seus discursos. Além de lembrar que o Brasil tem passado bem pela instabilidade, ao apostar no combate à pobreza e na melhoria de seu mercado interno – aquecido pela criação de postos de trabalho e por baixas taxas de desemprego – e defendeu que, como emergente, o país pode ajudar a superar a instabilidade. "Ninguém ganha com a crise", justificou.
E lembrou que o crescimento da economia mundial tem sido mantido nos últimos anos pelos países em desenvolvimento, como a China, a Índia e o Brasil, apesar dos efeitos indiretos da recessão na Europa e nos Estados Unidos. "O que é diferente entre nós e os países ricos que estão em crise é que temos uma economia sólida, temos bancos sólidos, controlados e regulados”.
No balanço da Cimeira do G20, a Presidenta disse algumas coisas óbvias, que qualquer iliterato em economia sabe que é a verdade, diria mesmo um dogma:
1- A crise económica, que está a abalar principalmente a Europa e os EUA, não pode ser resolvida com mais desemprego e muito menos com a redução dos direitos do trabalho;
2 - Para retomar o crescimento, o único caminho é o do investimento, do aumento do consumo e da criação de mais emprego;
3 – Enquanto a crise se mantém, os governos devem disponibilizar subsídios às famílias em pobreza extrema, não por filantropia, mas por ser uma oportunidade para superar as dificuldades, da mesma forma, ou porque socorrem bancos em dificuldades dos seus países e que estão perto da falência;
4 – A diferença entre os países emergentes e os países ricos em crise é que naqueles existe uma economia sólida, têm bancos sem stress, porque são controlados e regulados.
Et voilá, a receita correta que tem funciona para quem está bem e que a UE e os EUA rejeitam, provavelmente por razões que a razão bem conhece…
E por isso, um reparo à afirmação da Presidenta quando diz que "Ninguém ganha com a crise"… Ganha, ganha e por isso é que a que os países “ricos” nos querem convencer que a salvação está no velho slogan: “os pobres que paguem a crise”, talvez porque os ricos são pouquinhos e os pobres obrigadinhos…

Sem comentários:

Enviar um comentário