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sábado, 26 de novembro de 2011

A “chanceler de ferro” orgulhosamente só?

O “Nein” de Merkel está a destruir a UE – Quem teme a Alemanha? (4)
Sozinha contra todos, Angela Merkel recusa-se a reforçar o papel do BCE e as obrigações europeias. Mas, mesmo na Alemanha, alguns especialistas alertam contra a sua obsessão pela disciplina, que pode semear o caos em toda a Europa.
A cenoura e o pau, eis em resumo as propostas da Comissão Europeia perante a crise da dívida soberana. A cenoura são obrigações a uma taxa comum a todos os países da zona euro, aquilo a que se tem chamado "eurobonds", visando criar uma forma de responsabilidade partilhada.
O pau é o reforço dos controlos e das sanções contra os endividados. Com um programa destes, era de acreditar que o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, marcasse pontos mesmo junto de Angela Merkel.
Voltou a falhar. Apesar de rebatizar as obrigações europeias para "obrigações de estabilidade" e mesmo a cenoura só sendo entregue depois de engolida a pílula amarga do plano de austeridade, Berlim continua a responder com um não rotundo.
Angela Merkel começou por achar “deslocado” discutir-se as obrigações europeias. No entanto, foi ela a própria a encomendar um estudo de viabilidade na matéria. A questão é agora tanto mais oportuna quanto os mercados atacam não apenas os Estados devedores, mas também países como a Áustria e a Holanda. Interessa absolutamente à Alemanha proteger esses importantes parceiros.
Muitos culpam a Alemanha
No entanto, só a regra e a disciplina contam, aos olhos de Angela Merkel. A Chanceler de Ferro faz orelhas moucas aos argumentos de economistas cada vez mais numerosos, para os quais a resolução da crise passa por dois elementos: as obrigações europeias e o apoio do BCE na compra da dívida.
Com a sua atitude, Angela Merkel não se expõe apenas a novos debates acesos com Durão Barroso, que há muito vem lamentando a indecisão da Alemanha face à crise. A Alemanha arrisca-se também a ficar cada vez mais isolada. Angela Merkel já não conta com um punhado de apoiantes em Paris, Haia e Helsínquia.
O Presidente francês já se distanciou na questão do BCE e a Alemanha dá agora o flanco a novos ataques: o orçamento para 2012 está muito aquém de corresponder à política de rigor pregada pela chanceler. Pela primeira vez, na quarta-feira, os mercados começaram a expressar dúvidas sobre a notação da Alemanha e não acorreram a comprar as suas obrigações, habitualmente tão requisitadas.
Além disso, diversos sinais indicam que a crise da dívida continua a agravar-se. Se a zona euro vacilar e Angela Merkel bloquear todas as tentativas de recuperação, muitos dirão que Berlim é culpada – e com razão.
MERCADOS FINANCEIROS
Primeiro revés para Berlim
"Alemanha leva de volta os seus títulos" destaca Die Welt, após a dececionante reação dos mercados financeiros à emissão de obrigações alemãs. O diário explica que o país se debate com um problema que os seus parceiros europeus desconhecem: as taxas de juro aplicadas são inferiores a 2% (1,98%), rendimento demasiado baixo para interessar aos investidores. Como resultado, a Alemanha só conseguiu vender um terço dos títulos ao preço proposto. "Um desastre total" consideram alguns analistas; um episódio, segundo outros, que não põe em causa a capacidade de refinanciamento de Berlim nos mercados.

2 comentários:

  1. Ela vai ceder, sob pena de reinar sobre cinzas!

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  2. Félix da Costa
    Pelos vistos há 15 dias para decidirem o NOSSO futuro, ou vai tudo ao charco. Já cansa...

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