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sábado, 27 de agosto de 2011

Poveiros e vileiros presos nas redes de “contrata”…

A companhia Mohave Oil & Gás reuniu com algumas das associações de pesca para chegar a um entendimento quanto à proibição de pesca entre Aveiro e a Nazaré, encontro que decorreu no Ministério da Agricultura e do Mar, com a ausência das associações APN e APROPESCA em solidariedade com a APMSHM, liderada por José Festas, que não foi convidada para a reunião.
A empresa que explora há mais de um mês a possibilidade da existência de petróleo propôs o pagamento de 150.000 euros a distribuir pelas cerca de 140 embarcações pesqueiras impedidas de pescar naquela zona, que traduz em pouco mais de 1.000 € a cada barco.
Os 35 barcos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde não aceitam esta proposta, já que o valor em causa é insuficiente para a paragem dos 2 meses de pesca naquela zona.
Os pescadores da área onde decorrem prospecções de petróleo podem vir a ser compensados pela empresa que está a proceder às operações, que estarão a afectar entre 400 a 500 pescadores, indicou o Ministério da Agricultura.
"Embora a compensação pelas consequências das interdições não tenham sido acauteladas aquando do licenciamento para a prospecção, em 2007, a empresa Mohave Oil and Gas Corporation (...) poderá ter reservado uma quantia para eventuais compensações", informou o ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, em comunicado.
As associações de pescadores do Norte alertaram, que entre 400 a 500 associados estão "sem meios de subsistência" por "não trabalhar devido à prospecção de petróleo" que decorre entre Aveiro e a Nazaré e garantiram que estavam dispostos a avançar com "formas de luta".
José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, na Póvoa de Varzim, afirmou que as três associações (Pró-Maior, Propesca e Pescadores do Norte) tentaram durante toda a semana passada "falar com alguém do Ministério para obter uma justificação", mas sem sucesso.
O ministério liderado por Assunção Cristas afirma que a empresa que faz a prospecção de crude, "ciente da sua responsabilidade social", pode vir a compensar os pescadores.
As restrições à pesca constam de uma portaria do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território publicada a 15 de Julho em Diário da República e que vigora por 60 dias.
Desde as zero horas desta segunda-feira, que os 35 barcos de pesca artesanal da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, já podem voltar a pescar na zona entre Aveiro e a Nazaré. A companhia Mohave Oil & Gás terminou a pesquisa no Domingo e os pescadores podem regressar ao trabalho, sem no entanto continuarem a protestar pelo valor das indemnizações apresentadas.
Segundo as associações APN e APROPESCA, os prejuízos relativos aos 35 barcos de Póvoa de Varzim e Vila do Conde ascendem a 500 mil euros.
Pelos vistos, em 2007, aquando do licenciamento para a prospecção de petróleo, não foram acauteladas compensações aos pescadores pelos prejuízos das interdições de pesca, mas a empresa Mohave Oil and Gas Corporation, que segundo o ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, afiança que tem responsabilidade social poderá(?) ter reservado uma quantia para eventuais(?) compensações… Ou seja, o governo de Sócrates deixou passar essa ninharia das indemnizações e o governo de PPC, além de não retificar as condições de licenciamento, ainda vem desculpar a empresa e abrir a porta para a “esmola” e a boa vontade…
E começa a tentativa de acordo com um encontro no Ministério da Agricultura e do Mar, com a exclusão de uma associação, liderada por um homem que bem conheço, provavelmente por ser dos mais contestatários e reivindicativos…
Mau começo para a ministra!
E o Ministério da Agricultura, mesmo sabendo que entre 400 a 500 pescadores seriam prejudicados, deixou que a empresa (com responsabilidade social) propusesse 150.000 euros para cerca de 140 embarcações, pouco mais de 1.000 € a cada barco, para 2 meses de inatividade e de receitas, que corresponderia a 150 €/mês por pescador (a não ser que venham a dar umas cotas em crude, se descobrirem)…
Sra. ministra, haja caridade, mas mais, até porque os 500.000 euros “exigidos” pelos pescadores, correspondem ao salário mínimo, menos os tais 15 €!
Mas para além do boicote de uma associação nas conversações, eis que o ministério corta a conversa com as outras, negando-se assim a dar qualquer justificação… A Sra. ministra é nova e inexperiente, mas já segue os métodos das velhas raposas…
Aprende depressa, mas mal!
Apesar de o contrato ser do tempo de Sócrates e com as falhas, já foi no mandato da ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, que saiu a portaria quanto às restrições à pesca, o que não a deixa de fora das (ir)responsabilidades que emergiram, com a mesma falha do governo anterior…
Bem prega Frei Tomás!
Curioso é que a companhia prospetora até já acabou a pesquisa no domingo, quase um mês antes do planeado, permitindo assim o regresso à pesca. No entanto, os pescadores querem as justas indemnizações, mas, se não se põem a pau, cheira-me a peixe podre, vindo da empresa, do ministério e da ministra…
Resumindo, para uma ministra que defendeu as pescas como “peixe para a boca”, bem como fez o seu partido e fazendo eco com o PR, começou com o pé esquerdo, quando se dizem de direita… É preciso fazerem “ordem unida”, com um peixe na mão…
Estranha-se que os media não tenham dado grande importância, a quem lhes põe a pescada no prato... 

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