O interesse da empresa chinesa China Power na privatização da EDP tinha já sido
noticiado o que a “chairman” da companhia oficializou. A imprensa tem avançado
que a China Power pretende comprar 5% no capital da empresa. O Governo pretende
vender a posição de 20% que detém na EDP até ao final do ano, cumprindo o
compromisso assumido com a troika.
A privatização pode contudo ser ensombrada pela forte queda
que a eléctrica está a registar na bolsa de Lisboa. Os 20% que o Estado deverá vender
desvalorizaram-se 94 milhões de euros, valendo agora 1.531 milhões.
Nas últimas semanas têm surgido notícias do interesse da
brasileira Electrobrás e da alemã RWE.
Líder de missão do FMI, Poul
Thomsen, considera que as privatizações que Portugal vai fazer terão de ter em
conta as condições de mercado, admitindo que algumas possam não ocorrer no
curto prazo.
“Acho que é um bom
programa” de privatizações mas “não podemos esquecer que algumas empresas
estão a ter prejuízos” e, nestes casos não se pode esperar um grande
negócio, acrescentou. Das principais empresas que estão na lista das
privatizações só a TAP apresentou resultados negativos.
Quanto à privatização da RTP, Poul Thomsen escusou-se a
comentar, afirmando que “o Governo é que
toma decisões sobre que empresas privatizar.”
Para cumprir os fretes que a troika nos impôs, o governo vai privatizar empresas públicas e vender cotas que detém em empresas estratégicas até ao final do ano, se não chumbará no exame final...
No caso da EDP, em que 20% nos pertencem, não faltam candidatos, da China, do Brasil e (claro!) da Alemanha. E apesar de a EDP ser um “monopólio” e ter altos lucros garantidos, o valor em bolsa tem vindo a descer (vá-se lá saber por quê) a ponto de, só em Agosto, o Estado ver desvalorizada a sua parte em 94 milhões de euros, valendo agora 1.531 milhões.
Das outras empresas a leiloar, parece que só a TAP deu prejuízo.
Perante este quadro, qualquer “inteligente” concluiria que prazos e preços tem uma relação indissociável e que os tempos impostos tem que ser estrategicamente datados… Mas foi preciso vir um Sr. FMI dizer isso mesmo, concretamente que as privatizações de Portugal terão de ter em conta as condições de mercado, admitindo (obrigado, Sr. FMI) que algumas (por que não todas?) ultrapassar o curto prazo (mais prazo curto)…
Mas o Sr. FMI também dá uma no cravo e outra na ferradura, porque depois do que disse com lógica, veio dizer com outra lógica, que das empresas que dão prejuízo não se pode esperar um grande negócio. Pode-se, pode-se! Quanto mais prejuízos derem, melhor será o negócio para quem as comprar. Afinal de que lado está o FMI? É que a lógica tem mais de duas faces…
Já quanto à privatização da RTP, o Sr. FMI não quis comentar 8ele sabe que a questão é política) e condisse-se outra vez ao dizer que o Governo é que toma as decisões sobre que empresas privatizar… Então o que é que veio cá fazer, e dizer o que disse, sobre tudo o que é pura política?
Até parece que (os membros d)o governo continua(m) a por o carro à frente dos boys, por razões exclusivamente técnicas…
Dentro em breve vamos perder a nossa soberania e identidade...
ResponderEliminarribas
ResponderEliminarA soberania já foi, esperemos não perder a identidade, apesar dos esforços e distrações dos nossos intelectuais...