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domingo, 14 de agosto de 2011

Por "o carro à frente dos boys”

O interesse da empresa chinesa China Power na privatização da EDP tinha já sido noticiado o que a “chairman” da companhia oficializou. A imprensa tem avançado que a China Power pretende comprar 5% no capital da empresa. O Governo pretende vender a posição de 20% que detém na EDP até ao final do ano, cumprindo o compromisso assumido com a troika.
A privatização pode contudo ser ensombrada pela forte queda que a eléctrica está a registar na bolsa de Lisboa. Os 20% que o Estado deverá vender desvalorizaram-se 94 milhões de euros, valendo agora 1.531 milhões.
Nas últimas semanas têm surgido notícias do interesse da brasileira Electrobrás e da alemã RWE.
Líder de missão do FMI, Poul Thomsen, considera que as privatizações que Portugal vai fazer terão de ter em conta as condições de mercado, admitindo que algumas possam não ocorrer no curto prazo.
“Acho que é um bom programa” de privatizações mas “não podemos esquecer que algumas empresas estão a ter prejuízos” e, nestes casos não se pode esperar um grande negócio, acrescentou. Das principais empresas que estão na lista das privatizações só a TAP apresentou resultados negativos.
Quanto à privatização da RTP, Poul Thomsen escusou-se a comentar, afirmando que “o Governo é que toma decisões sobre que empresas privatizar.”
Para cumprir os fretes que a troika nos impôs, o governo vai privatizar empresas públicas e vender cotas que detém em empresas estratégicas até ao final do ano, se não chumbará no exame final...
No caso da EDP, em que 20% nos pertencem, não faltam candidatos, da China, do Brasil e (claro!) da Alemanha. E apesar de a EDP ser um “monopólio” e ter altos lucros garantidos, o valor em bolsa tem vindo a descer (vá-se lá saber por quê) a ponto de, só em Agosto, o Estado ver desvalorizada a sua parte em 94 milhões de euros, valendo agora 1.531 milhões.
Das outras empresas a leiloar, parece que só a TAP deu prejuízo.
Perante este quadro, qualquer “inteligente” concluiria que prazos e preços tem uma relação indissociável e que os tempos impostos tem que ser estrategicamente datados… Mas foi preciso vir um Sr. FMI dizer isso mesmo, concretamente que as privatizações de Portugal terão de ter em conta as condições de mercado, admitindo (obrigado, Sr. FMI) que algumas (por que não todas?) ultrapassar o curto prazo (mais prazo curto)…
Mas o Sr. FMI também dá uma no cravo e outra na ferradura, porque depois do que disse com lógica, veio dizer com outra lógica, que das empresas que dão prejuízo não se pode esperar um grande negócio. Pode-se, pode-se! Quanto mais prejuízos derem, melhor será o negócio para quem as comprar. Afinal de que lado está o FMI? É que a lógica tem mais de duas faces…
Já quanto à privatização da RTP, o Sr. FMI não quis comentar 8ele sabe que a questão é política) e condisse-se outra vez ao dizer que o Governo é que toma as decisões sobre que empresas privatizar… Então o que é que veio cá fazer, e dizer o que disse, sobre tudo o que é pura política?
Até parece que (os membros d)o governo continua(m) a por o carro à frente dos boys, por razões exclusivamente técnicas…

2 comentários:

  1. Dentro em breve vamos perder a nossa soberania e identidade...

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  2. ribas
    A soberania já foi, esperemos não perder a identidade, apesar dos esforços e distrações dos nossos intelectuais...

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