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terça-feira, 12 de abril de 2011

Ligações perigosas…

Jan Kees de Jager
O ministro holandês das Finanças, Jan Kees de Jager, avisa as forças políticas portuguesas que, depois das legislativas, se Portugal “não cumprir o programa previsto [a negociar entretanto], então as ajudas a terminarão imediatamente”.
Jan Kees de Jager, ministro próximo das posições da chanceler alemã, Angela Merkel, diz que Portugal demorou demasiado tempo a tirar as consequências da crise da dívida soberana.
Que nós estejamos confundidos e avariados com a crise, ainda se entende, agora que venha um qualquer ministro de qualquer outro país (que nem está na presidência da UE), "arrotar postas de pescada" sobre os seus pares, AMEAÇANDO-NOS, é o máximo da prepotência e da arrogância balofa!
Pelos vistos esta eminência parva gosta de cortar em tudo (no seu país) que seja essencial, mas pelos vistos não corta na gula…
Ou realmente o Sr. Jager anda a mando da Sra. Merkel, ou é descendente daqueles “marinheiros” que esperavam os barcos portugueses vindos das Índias e os abordavam no caminho…
Não é reconfortante, mas:
Apesar de a maioria ser favorável, 45% consideram que é uma má decisão.
No entanto, o Sr. Jager parece que anda distraído, ou é mesmo unha com carne com a Sra. Merkel, porque:
O FMI não tem as atenções concentradas só em Portugal.
Dominique Strauss-Kahn, director-geral do FMI apelou à Alemanha para que resolva os problemas no sector bancário, nomeadamente os dos bancos públicos regionais e diz que existem “ainda problemas a resolver” no sector financeiro alemão, com instituições que, “em certos casos têm necessidades de recapitalização e de estabilização”. Há dois - o Helaba e o NordLB - que ameaçam chumbar os testes de resistência ao sector bancário.
Em 2 anos, 4 dos 8 bancos regionais alemães absorveram mais de 20 mil milhões de euros em ajudas estatais pagas, sobretudo pelos Estados regionais, que estão presentes na estrutura accionista destas instituições.
Se Europa não agir, vai pagar “um grande preço”
O director-geral do FMI referiu que os problemas da banca alemã existem também noutros países europeus, e sublinhou que a Europa vai pagar “um grande preço” se não levar a cabo, a tempo e horas, os esforços de saneamento da banca.
“Se as nossas previsões de crescimento para o setor bancário são tão más, é porque o setor bancário não está curado”. Isto é “particularmente lamentável, porque poderíamos concretizar a reestruturação do setor com montantes financeiros que não são exageradamente grandes”.
Strauss-Kahn respondeu às críticas dos que dizem que as novas regras do funcionamento dos bancos destroem o negócio das instituições e reduzem para níveis perigosos os lucros dos grupos financeiros: “Será que os banqueiros acreditam que não podem ter lucros sem provocar, de tempos a tempos, uma crise mundial com milhões de desempregados?”.
Pelos vistos, na Alemanha os bancos também não nadam em dinheiro, embora também lá venham sobrevivendo à custa do Estado (20 mil milhões de euros em 2 anos) e essa deve ser uma das razões de a Sra. Merkel querer receber os calotes (submarinos incluídos), se não ainda os paga ela politicamente em 2013…
Curioso é que seja o diretor do FMI a vir denunciar estas coisas, ao mesmo tempo que denuncia o mau comportamento do setor bancário, a nível mundial, de uma forma tão contundente e com preocupações sociais, que até parece o “nosso” Bloco de Esquerda (mas ele tem razão).
Já faltou mais para eu próprio acreditar na bondade das análises e críticas que o Sr. Kahn vem fazendo ao sistema…

2 comentários:

  1. Então que não venha a ajuda sequer. Vamos dizer já que não e depois veremos se o senhor Jager ainda é da mesmo opinião quando ele perceber que o que lhe devem não será pago.

    Eu continuo a achar que os Islandeses são a única voz sã neste mundo louco. Os bancos e demais instituições e os seus dirigentes criaram o problema que o paguem eles!

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  2. Elenáro
    Eu também acho que os islandeses é que fizeram bem e parece-me que todos os países europeus estão mais à rasca do que nós, mas nós salvamos-lhes a pele. Não é à toa que já pensam em repartir as dívidas entre os contribuintes e os credores (que até já aceitamos como justo!).
    Lê no DESMITOS o artigo de Álvaro Santos Pereira.

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