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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Quem terá sido o cegueta que não viu tantos pernetas?

Questionados sobre as responsabilidades na prevenção da crise no BES, o FMI e a Comissão Europeia desmarcam-se de culpas e afirmam que a supervisão do banco era do Banco de Portugal.
O Jornal de Negócios apresenta os resultados do seu questionamento sobre o facto de, em 3 anos de troika em Portugal, não ter havido “nem uma única uma referência a problemas no Banco Espírito Santo”.
As respostas vieram do FMI e da Comissão Europeia, que afirmam que não tinham mandato nem poderes nesta matéria. A culpa seria, portanto, do Banco de Portugal, regulador com poderes de supervisão.
“O Banco de Portugal é responsável pela supervisão prudencial dos bancos que fazem parte da jurisdição. A troika não tinha o mandato nem a capacidade para levar a cabo essa atividade durante o programa e não era responsável pela supervisão dos bancos”, cita o jornal económico.
Banco de Portugal desmarca-se
O Banco de Portugal, por seu lado, não aceita a batata quente: “as entidades do ramo não financeiro do Grupo Espírito Santo não se encontram sujeitas” à sua supervisão.
Entretanto, o facto de a troika nunca ter feito qualquer referência a problemas no BES, nos 3 anos de escrutínio das contas portuguesas, tem suscitado comentários de personalidades como Marcelo Rebelo de Sousa e Guntram Wolff, diretor do think-tank Bruegel, que consideram estranho que o problema não tenha sido detetado pelas entidades internacionais.
Por muito que queiram sacudir a água do capote, quer o Governador do BdP, quer “os do costume”, está-se mesmo a ver que a super visão é mesmo uma especificidade do “Superman”, que é um tipo que foi feito aos quadradinhos, poder que os “donos de tudo isto” não têm nem veem o sol aos quadradinhos… Se vissem, a supervisão far-se-ia com eficácia e rapidez…
Claro que os “Supermen” da troika têm poderes de super visão que os nossos supervisores não têm (senão não os teriam chamado), pelo que as culpas e as desculpas têm que ser repartidas, entre eles, caso contrário ainda vão culpar os depositantes e responsabilizar os contribuintes, por não lerem os jornais de economia e finanças e jogarem na bolsa em vez de jogarem nos Casinos…
E a prova de que o FMI sabe mais do que a “irmã Lúcia” é esta nota à comunicação social, em que sabe o que se passou e poderá passar em todos os bancos portugueses, menos no BES…
Olha qu’isto!
Somos parvos, mas não somos asnos…
O FMI considera que o sistema financeiro português “tem sido capaz de suportar a crise sem uma disrupção significativa, suportado por um apoio de capital público significativo e medidas extraordinárias do Banco Central Europeu”.
“No entanto, tal como reconhece o Banco de Portugal, continuam a existir bolsas de vulnerabilidade [no sistema financeiro português], que tornam necessárias medidas corretivas nuns casos e supervisão intrusiva noutros”, alerta o fundo numa nota enviada à comunicação social, em resposta a um pedido de comentário sobre a situação no Banco Espírito Santo (BES).
No final da nota, a instituição de Washington diz que não comenta instituições financeiras individuais.

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