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terça-feira, 2 de abril de 2013

Quem está vivo (e com saúde) sempre aparece…

A Entidade Reguladora da Saúde concluiu que há falta de médicos e enfermeiros em algumas unidades de internamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e que o racio de camas por habitante na maioria das regiões é negativo.
O relatório, elaborado em fevereiro, dá conta da falta de camas por habitantes na quase totalidade das regiões de saúde nacionais, referindo que "95% das unidades geográficas utilizadas para análise apresenta um rácio inferior à meta".
Para além da escassez de camas, a ERS constatou que há também falta de médicos e enfermeiros "em algumas unidades de internamento". "O tipo de internamento com maior deficiência em termos de atendimento médico aos doentes é o de longa duração e manutenção", lê-se no relatório.
Por outro lado, "foi identificada uma escassez de enfermeiros sobretudo nas unidades de convalescença, de média duração e reabilitação".
No entender da ERS, a meta fixada para 2013 de concretização da satisfação das necessidades dos utentes "aparenta ser inviável", "só se podendo perspetivar que venha a tornar-se exequível num prazo mais alargado".
Em relação ao acesso dos utentes, em que é feita uma avaliação dos encargos que devem ser pagos pelos utentes para internamento na RNCCI (Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados), a ERS concluiu que "há indícios de entraves financeiros ao acesso às unidades de internamento de média duração e reabilitação e de longa duração e manutenção resultantes de dificuldades financeiras para a cobertura dos encargos" e haverá também situações de internamentos inadequados de utentes nas unidades de internamento que requerem o pagamento de encargos, quando deveriam ser internados nas unidades isentas desses pagamentos.
"Por último, importa salientar a inexistência das unidades de ambulatório e a deficiente oferta de cuidados paliativos, com evidente prejuízo em termos do acesso a cuidados continuados de qualidade a todos os utentes residentes em Portugal Continental", remata a ERS.
O ministro da Saúde afirmou que a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde a curto e médio prazo está assegurada, mas que ainda é necessário "pensar o sistema" para depois de 2015.
"Com as medidas que tomámos conseguimos que o sistema seja sustentável a curto e médio prazo. Agora, nós e o governo não podemos pensar apenas no imediato", disse. "Foi necessário assegurar o imediato. Tomámos medidas. Mas estamos profundamente conscientes de que é preciso outras reformas, designadamente de motivação dos quadros profissionais (na parte de incentivos, que não devem estar apenas nos profissionais das Unidades de Saúde Familiar, de criação de centros de excelência e de organização em várias áreas", adiantou.
Em fevereiro a Entidade Reguladora da Saúde elaborou um relatório sobre a Avaliação do Acesso dos Utentes aos Cuidados Continuados de Saúde, concluindo, resumidamente, pelo que é apontado no artigo acima, que se traduz na falta de camas, de médicos e de enfermeiros na Rede de Cuidados Continuados.
Em contraponto, todos sabemos, que há muitos enfermeiro/as no desemprego, muitos médicos a pedirem a reforma antecipada e camas não faltam por aí à venda…
Já sabemos que dizem que não há dinheiro para estas coisas e outras “coisinhas”, quer na área da saúde, quer noutras áreas que são obrigações de qualquer Estado e não se bate mais no ceguinho…
O que salta à vista, foi o desaparecimento continuado do Ministro da Saúde, que não era “ouvisto” há tempo demais (não deve gostar de tricas), mas felizmente voltou em força e com frequência (nas TVs), mostrando serviço e vontade de manter “um” SNS, defendendo a fama de competente e de coerência…
O facto de tudo vir depois do relatório da ERS será mera coincidência, pelo que convém ir-se falando, porque “cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a doentes”…  

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