(per)Seguidores

domingo, 21 de abril de 2013

Do mal, o menos… Mas juntem-se para a “resistência”

O académico grego Yannis Varoufakis considerou que o resgate financeiro assinado entre o Governo da Grécia e a ‘troika’ de credores vai figurar na história da Economia como um dos “maiores disparates de sempre”.
3 anos após o pedido do 1.º resgate financeiro, emitido em 22 de Abril de 2010 pelo Governo maioritário de George Papandreou, então líder do Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK), Yanis Varoufakis, 53 anos, doutorado em Economia e leitor em diversas universidades norte-americanas, considerou que o memorando de entendimento e o resgate financeiro conduziram o país para uma situação insustentável. “De facto, o que fez foi promover o maior empréstimo da história da humanidade num Estado falido, na condição que esse Estado tomasse medidas que diminuíssem o rendimento nacional da nação para garantir o pagamento dos sucessivos resgates financeiros”, considerou.
Com dupla nacionalidade grega e australiana, o autor do livro “O Minotauro Global. América, as verdadeiras origens da crise financeira e o futuro da economia mundial”, publicado em 2011 e que suscitou acesos debates, frisa que o acordo com a troika “vai ficar na história económica como a maior idiotice jamais realizada”. E concretiza: “A actual situação assemelha-se a uma contínua espiral em declínio e que permanece em aceleração. A Grécia está confrontada com 4 crises, relacionadas com a implosão inicial, com o crash original e com as políticas idiotas que foram aplicadas”.
Na perspectiva do especialista em Economia política, envolvido num projecto de investigação sobre “economia virtual” na Valve Corporation em Bellevue, EUA, a Grécia confronta-se actualmente “com quatro crises em uma”, referindo à crise da dívida, do sistema bancário, a espiral recessiva e uma crise política que questiona a “legitimidade” da democracia.
“Todas estas crises eram previsíveis em países como a Grécia ou Portugal, que estão na união monetária e sem capacidade de controlar a moeda, confrontados com crescimento negativo, surgimento de bolhas imobiliárias ou um sistema bancário com uma função distorcida”, assinala. “E no topo de tudo isto, a imposição de uma austeridade máxima… Esta quádrupla crise vai provocar enormes brechas e impedir qualquer estabilização”.
Nesta perspectiva, o académico e investigador defende que a Grécia e Portugal “estariam melhor” caso não pertencessem à zona euro. “Mas isso é diferente de dizer que devem sair da zona euro. Uma coisa é não entrar, outra é sair. A saída terá custos muito elevados e que não nos atingiriam caso não tivéssemos aderido à zona euro”, precisa.
Em alternativa, Varoufakis sugere um incremento da colaboração entre os países da União confrontados com a crise da dívida ou à beira do colapso financeiro.
“Para a Grécia, Portugal, Espanha, a alternativa consiste na colaboração entre os nossos países no interior da União Europeia para alterar este percurso de austeridade, de renacionalização da crise, que está a destruir a zona euro, em particular os nossos países”.
A colaboração entre os governos de Lisboa, Madrid ou Atenas “ao nível do Conselho Europeu e do Ecofin” e a rejeição das políticas que conduzem estas economias “para um buraco” devem assim ser consideradas uma prioridade.
“Não temos outra alternativa. Mas enquanto o Governo de Lisboa não falar com o Governo de Madrid, de Atenas de Roma ou de Dublin, e se todos comparecerem nas reuniões da UE e se limitarem a assinar por baixo as medidas catastróficas que nos são apresentadas, vamos continuar a descer por esse buraco”.
Mais um economista (grego) a por o dedo na ferida do Euro, nas chagas que vai infligindo, na amputação que vai fazendo nossos países e que está a destruir a zona euro, deixando-nos moribundos…
O remédio, que já vem a ser proposto há tempos, por gente de bom senso e estrategicamente eficaz, é a “corporização” dos “credores”, em defesa dos seus interesses comuns, mas mais dos direitos dos seus povos, de cada um dos seus cidadãos, da dignidade, da soberania e da democracia.
Pelo que se vê e ouve, em que o Conselho Europeu até parece a Cúria Romana, com um presidente infalível (mas não eleito) e onde se somam só “Amens” e com um Ecofin, que não andará longe do Banco do Vaticano, embora naquele o Diretor Executivo (Shäuble), não obedeça à Papisa Merkel, quem serão os “protestantes” a reivindicarem o Poderio do Euro, com tanto “ortodoxo” a mandar, mesmo sabendo que os “multiplicadores” estavam errados e somando a fraude do trabalho “teórico” de Rogoff e Reinhart…
É a política Yannis! É a ideologia, Varoufakis!
É a cobardia gente! E não há resistência…

Sem comentários:

Enviar um comentário