A Igreja Ortodoxa Russa pediu ao Estado russo que tenha misericórdia pelas integrantes da banda Pussy Riot, condenadas a 2 anos de prisão por terem feito um protesto contra o presidente Vladimir Putin na principal catedral moscovita.
Depois da detenção e perseguição dos membros do grupo punk Pussy Riot, a polícia interrogou o opositor e antigo campeão do mundo de xadrez, Gary Kasparov, acusado de ter mordido um polícia, delito passível de uma pena até 5 anos de prisão.
Segundo a polícia, Kasparov teria mordido um agente durante a interpelação do opositor durante uma manifestação de apoio ao grupo Pussy Riot, versão desmentida por vários vídeos que circulam na internet e mostram a forma como o político é agredido pela polícia.
Kasparov afirma “lamentar que o polícia tenha ferido a mão ao bater-lhe na cabeça”.
Esta “coisa” a que chamamos “democracia” tem destas variantes que dão alguma razão aos antidemocráticos ou aos novos pósdemocráticos, sobretudo quando os sinais são falaciosos (caso Wikileaks), novelescos (caso Strauss-Kahn), ou burlescos (caso Pussy Riot)…
No caso, nós não percebemos muito bem por que não se pode “orar” numa igreja em voz alta, ou cantando, pedindo à “Virgem Maria, manda o Putin embora”. Mais confuso se torna para nós a detenção dentro de uma igreja, que é lugar do domínio da Igreja e onde o Estado não tem jurisdição…
Mais estranho é que a Igreja Ortodoxa, depois de permitir a sacrílega invasão da polícia, venha pedir ao Estado que perdoe o ato das meninas da banda, dando a entender que o “pecado” (de cantar na igreja) lhes estava perdoado. Daí se conclui que o pecado (mesmo) foi a invocação do nome de Putin em vão…
Depois de condenadas a 2 anos de prisão (e tiveram alguma clemência, porque podiam ser 7) por uma juíza que considerou vandalismo religioso e ofensa aos fiéis da Igreja (que as tinha perdoado), temos que concluir que, ou a juíza não era praticante, ou o vandalismo era político e a ofensa ao Presidente da Nação…
No fim do processo as roqueiras recusam-se a pedir perdão ao Presidente, nada dizendo sobre a desilusão de a “oração” não ter tido efeito…
Resumindo, ninguém conhecia a tal banda que hoje deve ter sucesso, graças às medidas de Putin para repor a autoridade “democrática”, houve eco mundial com envolvimento das mais altas individualidades das mais variadas esferas, distúrbios na ordem pública com consequências para terceiros e mais uma anedota falaciosamente “democrática”…
Já sabíamos que a verdadeira notícia é “um homem morder um cão”, mas “um homem morder um polícia” ultrapassa a classificação noticiosa… E vinda de quem vem, o antigo campeão mundial de xadrez (que não deve ser burro), ou foi um Reflexo Condicionado (em que entra o cão de Pavlov) de Kasparov ou do polícia, o que numa ou noutra hipótese deve ser uma atenuante inimputável aos intervenientes, cientificamente falando…
Enfim! Como se vê, na Rússia não chega morder um cão para ser notícia, é preciso rolarem pedras (rock and roll) e rolarem cabeças…
Mas isto não é autoridade democrática, quando muito é poder discricionário e totalitário, que se pensava, no ocidente, que já não se praticava a oriente…
Enfim! Há tanta coisa séria que se leva a brincar e tanta coisa tonta que se leva a sério…
Era bom que se levasse a sério as coisas sérias, que são as vidas dos cidadãos (anónimos)!
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