Sobre o futuro da RTP, uma fonte do gabinete do ministro Miguel Relvas adiantou que, "no caso do modelo que veio a público, além da redução dos cargos, há ainda um encaixe financeiro para o Estado".
O consultor do Governo, António Borges, considerou que a possibilidade de concessionar a RTP1 a investidores privados é um cenário “muito atraente”, mas assegurou que nada está ainda acordado sobre o futuro da empresa e sublinhou que a proposta é atraente porque levaria a RTP1 a “permanecer na propriedade do Estado”, sendo a licença entregue a um privado que teria de cumprir as “obrigações de serviço público”, recebendo para tal um apoio estatal “bastante inferior” ao actual.
"Qualquer solução para a RTP deve ser discutida de uma forma serena e deve ser naturalmente apresentada por quem tem responsabilidade para apresentar essa solução. Não foi nem um caso nem outro. António Borges não é responsável político por qualquer processo porque não é membro do governo. E portanto não só não devia ter sido António Borges a dizer o que disse, como aquilo que disse António Borges não é a melhor forma de começar um processo de privatização", declarou João Almeida, deputado do CDS-PP, continuando que "não é a primeira vez que António Borges tem uma intervenção destas" e, por isso, "espero que, como nas outras, o Governo ultrapasse aquilo que são as declarações de António Borges e reponha o processo no seu curso normal".
O PS lamentou hoje a falta de "algum formalismo democrático" do Governo, que faz com que "qualquer um possa anunciar o que quiser, quando quiser e substituir quem quiser", referindo-se às declarações de António Borges sobre a RTP.
O PCP mostra-se contra a concessão da RTP a privados, classificando esta hipótese como um “ato de destruição” da empresa de serviço público de rádio e televisão.
O Bloco de Esquerda está contra a possibilidade de a RTP ser concessionada a privados. O partido pede explicações ao primeiro-ministro e vai também chamar o ministro Miguel Relvas ao Parlamento.
António Pedro Vasconcelos, um dos responsáveis pelo manifesto contra a privatização da RTP, pede a intervenção do Presidente da República, Cavaco Silva, para travar o que considera ser “o maior atentado à soberania nacional desde o 25 de abril”.
Como se percebe, o assunto ainda não foi a Conselho de Ministros e todas as bocas brotam do gabinete do DOUTOR Relvas, que impavidamente continua a sua corrida contra a parede, com a mesma desfaçatez com que se certificou academicamente. E o grave é a nossa indiferença pela continuidade deste personagem no governo de um Estado de Direito!
Como se confirma, o mensageiro assegura que nada está acordado (nem nós andamos a dormir) o que significa que realmente o governo nada decidiu, se é que está informado da proposta brilhante destes dois cérebros (Relvas autodidata e Borges despedido do FMI), que vem atirar o barro à parede, a ver se cola.
Sub-repticiamente, Borges, “o despedido”, vem alegar como vantagem a continuidade da propriedade do Estado (o licenciado pagará aluguer?), que o “serviço público” vai ser obrigação do concessionário (o que não acontece atualmente), em troca de uns trocos do Estado, que será, seguramente, a soma das taxas (abusivas) que pagamos (e continuaremos a pagar a um privado?).
E daí, quer “o autodidata”, quer “o despedido”, considerem “atraente” o negócio (e não mentem) mas para os amigos públicos do PRIVADO…
Resumo perfeito da desmontagem da armadilha, recusando-se a morder o “isco”, até porque o CDS se opõe a este disparate e não confia mais no “Bobo da Corte” e muito menos nos “Bobo dos Cortes”… Ainda bem, que o CDS não tem ninguém do partido comprometido com a trapalhada e espera-se que vote contra, consistentemente…
Era bom que o PS ignorasse o mensageiro e contestasse a filosofia que se sabe que está na base da “proposta”, pensasse em lutar e votar contra “isto” e contra tudo o mais que de futuro provenha destes camartelos do Estado e fiéis fanáticos do neoliberalismo e que não conste do memorando da troika. E mesmo que conste, conhecidos os resultados e visíveis as consequências, a postura de Estado do PS deve ser a de rejeitar qualquer orçamento que inclua medidas, que a priori se reconheçam como destrutivas das condições sociais e económicas…
Pois! Não é preciso ser do PCP ou simpatizante para estar contra dar a “tubarões” do privado aquilo que é pertença de todos nós, há mais de 50 anos. Mas podiam falar no desinvestimento na Lusofonia, tão apregoada pelo governo, embora o “Bobo da Corte” possa vir a ser prejudicado nos seus interesses empresariais…
Pois! Não é preciso ser do BE ou simpatizante para estar contra dar a “tubarões” do privado aquilo que é pertença de todos nós, há mais de 50 anos. Mas em vez de chamar o “Bobo da Corte” ao Parlamento, deviam pedir um debate na RTP entre todos os partidos e o especialista “autodidata”, que deve ter feito uma disciplina sobre o assunto…
Ou Pedro Vasconcelos não conhece Cavaco Silva, ou está a dar-lhe a deixa para promulgar o maior atentado à soberania nacional desde o 25 de abril, porque os menores já ele os assinou há muito…
Mas como tudo isto é um fait diver e o mais que o “autodidata” inventará para DESVIAR AS ATENÇÕES dos resultados catastróficos das políticas de austeridade, da incompetência do governo e do aumento da dívida, já gastei paleio demais para ajudar à “missa”…
Borges, põe-te no teu lugar!
Relvas, Vai estudar!PS – Com as doces condições anunciadas para o concessionário e as ligações (perigosas) do “Bobo dos Cortes” - António Borges acumula Jerónimo Martins e equipa governamental - dá para apostar que vamos ter um merceeiro a desistir da Saúde dos portugueses para lhes oferecer Serviço Público à frente da RTP, podendo poupar um balúrdio, só em publicidade…
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