A Direção-Geral do Orçamento (DGO) publica hoje o boletim de execução orçamental com as receitas e despesas do Estado até julho.
Os números hoje divulgados assumem particular relevância porque o Governo já reconheceu que os resultados da execução orçamental aumentaram os "riscos e incertezas" quanto ao cumprimento do défice.
Os dados do 1º semestre vieram confirmar os receios do Governo uma vez que as receitas fiscais do Estado registaram uma queda de 3,1% face a igual período do ano passado, enquanto o Governo previa um crescimento da receita de 2,9%.
Aumento de gastos com subsídios de desemprego
A pressionar a execução do Orçamento está ainda a subida da despesa com prestações sociais e a quebra das contribuições para a Segurança Social. Ao mesmo tempo que se reduziam as contribuições, aumentavam, por exemplo, os gastos com subsídios de desemprego e de apoio ao emprego. Esta despesa cresceu 22,4% no 1º semestre deste ano.
Receitas a descer
Num relatório sobre a execução orçamental para o 1º semestre de 2012, a UTAO assinala que "começaram a materializar-se os riscos identificados em documentos anteriores", que Vítor Gaspar já havia reconhecido em maio, admitindo que "a informação disponível sobre o comportamento das receitas" nos 5 primeiros meses do ano "não é positiva".
As contas do boletim da DGO que hoje serão apresentadas são calculadas em contabilidade pública (ótica de caixa). Já os números do défice considerados pela troika são calculados em contabilidade nacional (ótica de compromissos).
Os dados em contabilidade nacional apresentados pelo INE para o 1º trimestre apontavam para um défice de 7,9% do PIB enquanto o Estado português se comprometeu a apresentar este ano um défice inferior a 4,5% do PIB.
No momento em que comento a notícia, ainda não foi divulgado o relatório, mas já há números, sabe-se lá de onde vieram… Furos no escape?
O que nos preocupa mais não é o Governo já reconhecer (humilde mente) que falhou no cumprimento do défice, mas o descartar de responsabilidade nas previsões (deles e dos troikanos) e avisar (como “amigo”) que os riscos aumentaram (para mais ladroagem) e as incertezas também (não acertam com a solução). Humilde mente!
Mas preocupante mesmo é o “falhanço” das previsões das receitas fiscais, que se traduz em 6%, tendo Gaspar e os troikianos apostado num aumento e tendo-se verificado uma descida, o que vem borrar a escrita e sujar o nome destes cartomantes… Humilde mente!
Qualquer ignorante sabia que a redução do consumo interno traria uma abaixamento de receitas, menos Gaspar e os troikianos… Humilde mente!
Qualquer ignorante sabia que as medidas de austeridade dariam origem à redução do consumo interno, ao encerramento de empresas, ao aumento estúpido do desemprego e à redução de receitas para a Segurança Social, menos Gaspar e os troikianos… Humilde mente!
Qualquer ignorante sabia que o desemprego obrigaria ao aumento de subsídios de subsitência (é chato deixar morrer gente à fome na Europa como na Etióia) menos Gaspar e os troikianos… Humilde mente!
Qualquer ignorante sabia, antes dos 5 primeiros meses, que tudo estava a correr mal, mas Gaspar e os troikianos precisaram desse tempo para concluírem (empiricamente) que a informação disponível não era positiva… Humilde mente!
Do défice nem vale a pena falar… Humilde mente!
Do aumento da dívida, só dizer que vai aumentar… Humilde mente!
O que nos safa é que umas contas são calculadas em contabilidade pública (ótica de caixa) e o défice é calculado em contabilidade nacional (ótica de compromissos)… Perceberam? Se não, digam: HUMILDE MENTE!
E Gaspar pode estar sossegado (e está!) porque já sabe que vai ter boa nota na execução do programa da troika, porque foi a troika que o fez, prevendo as “falhas das previsões” e o que querem é o deles, ou melhor, QUEREM O NOSSO, ou melhor, dos Funcionários Públicos e Aposentados… Humilde mente!
Excelente post! Esim, só eles não sabiam...
ResponderEliminarEWntretanto, espreita aqui
http://lerougeetnoir.blogspot.pt/2012/08/arquitecturas-da-cgd-povoa-de-varzim-de.html
Este edifício ainda existe?
Infeliz mente!
EliminarO edifício existe, ampliado e alterado e já respondi no blogue.