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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Com este menu podemos ser otimistas? Mas há mais…

Exportação negativa
Apresentadas como a salvação da pátria, as exportações têm realmente um efeito altamente benéfico sobre a nossa economia, embora seja forçoso reconhecer que há pelo menos um caso que tem uma componente angustiante: a de ouro. Números recentes indicam que houve um crescimento de 84% dessas exportações, ficando elas associadas a um empobrecimento das famílias e, por vezes, ao desfazer-se de valores simbólicos para pessoas com graves carências. Há uns anos procurava-se nos sótãos dos avós o quadro que podia render milhões. Hoje, são pequeninas as jóias de que muitos se separam com o coração partido. Ao vendê-las entregam também a memória de um momento de felicidade ou de alguém querido que algo de singelo legou.
Teixeirismo
Nas próximas semanas, o governo vai proceder a um conjunto de nomeações para funções de gestão em lugares de administração pública, institutos e empresas ligadas ao Estado. Em casos específicos, os nomes são analisados por uma comissão que o actual governo criou e a que preside João Belhim, que Passos Coelho entendeu ter de defender publicamente perante os militantes do PSD na festa do Pontal. O líder do PSD sabia bem que era absolutamente necessário referir o assunto, a fim de credibilizar a comissão e as nomeações vindouras. Isto porque se verifica um crescente mal-estar, havendo quem faça notar o facto de muitas das escolhas estarem a incidir directamente sobre figuras muito próximas do ex-ministro Teixeira dos Santos, que continua a ter uma influência assinalável, apesar de ter deixado o país de rastos e de só se ter distanciado de José Sócrates mesmo no limite dos limites, um pouco ao jeito dos braços-direitos dos líderes dos regimes autocráticos em vésperas de estes caírem.
ERC
No momento em que o governo se prepara para arrancar com o processo de privatização parcial da RTP (esperando-se novidades já em Setembro quanto ao modelo definitivo), o regulador entendeu não ter elementos para se pronunciar sobre a eliminação da Onda Curta da RDP por não dispor de elementos que justifiquem a decisão. A deliberação foi tomada pelo ministro do PS Augusto Santos Silva e aplicada pela administração de Guilherme Costa, já na altura presidente da empresa à frente da qual foi reconduzido pelo actual governo. A Onda Curta é, diga-se, a única forma de Portugal se manter em contacto com a sua diáspora sem depender de plataformas de intermediação e custava qualquer coisa como 500 mil euros/ano em força motriz, o que não é rigorosamente nada em termos orçamentais para a escala da empresa. E assim ficaram ignorados os emigrantes menos dados às tecnologias, mas mais ligados aos valores tradicionais.
Critérios
Muito se disse e escreveu a respeito do suposto desaparecimento dos documentos referentes à compra dos nossos submarinos, uma situação que não está de todo esclarecida. O que mais perturba é a aparente discrepância entre esta dupla aquisição de 2.000 milhões de euros, pelo menos, e a quantidade de vistos, cabimentos orçamentais e mais não se sabe o quê quando se trata de tentar comprar canetas, lápis, borrachas ou consumíveis informáticos para qualquer repartição pública, ou simples luvas assépticas para um serviço de saúde.
Eduardo Oliveira Silva

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