Além dos vários aumentos de preços que os tarifários sofreram no último ano, desde que em Fevereiro o Governo decidiu diminuir o desconto de que os idosos beneficiavam na compra do passe social, que passou dos 50 para os 25%, quase 41.841 idosos da Grande Lisboa deixaram de comprar o passe destinado à 3ª idade, segundo dados revelados pela Carris
Além dos idosos, também os restantes utentes estão a reduzir a utilização dos transportes públicos. A Carris perdeu 25.000.000 de passageiros no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011, ou seja, menos 21,1%.
O Metropolitano de Lisboa registou uma redução de 11.500.000 de passageiros nos primeiros 6 meses de 2011 e a Transtejo teve menos 1.500.000 de pessoas a viajaram de barco no Tejo entre Lisboa e a Margem Sul.
O presidente do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) lamenta os números e afirma que as pessoas “não têm dinheiro para adquirir tudo”. “Com os aumentos da água, do gás, da luz, a reforma reduzida e os subsídios roubados, as pessoas têm de fazer opções e optam por ir comendo”, considera, frisando que o aumento do passe 3ª idade atinge sobretudo “pessoas já com mobilidade muito mais reduzida”, o que crie também “condições para que fiquem cada vez mais isolados”.
Mesmo não se sabendo quem foi o autor da ideia do aumento de preços dos tarifários e da redução dos passes para os idosos, é de lhe dar os parabéns, porque sabendo-se que o exercício físico é o melhor remédio para a prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida, só vem prolongamento o tempo de existência, mesmo que sejam os últimos anos e nas piores condições, criadas pelos mesmos imaginativos.
Mas como nem tudo são rosas (nem se pode ter tudo), enquanto os idosos (mas não só) poupam, investindo em si, as respetivas empresas de transportes vão matematicamente reduzindo os proveitos, o que os obrigará (o que não previram?) a um excedente de funcionários e ao aumento (inevitável) do desemprego no setor.
Tendo em conta que estas mesmas empresas vão ser privatizadas e com lucros mais reduzidos (e menos encargos), sem querer, os imaginativos estão (involuntariamente) a criar melhores condições para rifarem as transportadoras, talvez em pack, livrando-se de um serviço social que dá prejuízo, (serviços sociais com prejuízo?) e deixando aos privados esse método preventivo de doenças, com mais aumentos e menores descontos, porque o 3º setor não é só filantropia...
Só tem um senão. Quer públicos, quer privatizados, os transportes PÚBLICOS (por que será que não se chamam transportes privados?) nestas condições, pioradas, imporão um isolamento crescente aos idosos que não se achem propensos para as “maratonas”, dando origem à solidão, doença que parece que também mata…
Mas bem vistas as coisas, quanto menos idosos menos reformas e subsídios, o que poderá dar sustento à Segurança Social e a tal sustentabilidade para o que ninguém descobre a fórmula…
E apesar de Lisboa ser Lisboa, com mais regalias do que o resto da nação, o que se passará no resto do país em que os transportes públicos já são privados?
PRIVADOS ESTÃO OS CIDADÃOS, de direitos, de condições de mobilidade, meios de subsistência e com muita paciência, mesmo sabendo que quem espera nunca alcança…
…Mas aos idosos Senhor,
Por que lhes dais tanta dor,
Por que padecem assim?
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