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terça-feira, 6 de março de 2012

Xeque ao “reizinho” agora, e depois mate à “rainha”?

"Conluio contra Hollande", anuncia esta segunda-feira Der Spiegel, revelando que a chanceler alemã pactuou com diversos parceiros europeus em não receber François Hollande, o candidato socialista à Presidência da França. O italiano Mario Monti, o espanhol Mariano Rajoy e o britânico David Cameron ter-se-ão juntado a esta aliança secreta. Merkel agiu por desconfiança em relação à sua política europeia. Hollande anunciou a sua intenção de, caso vença as eleições, renegociar o pacto orçamental que acaba de ser assinado em Bruxelas.
Na opinião do Standard, esta "estranha conspiração” demonstra que os chefes dos governos conservadores na Europa consideram que o seu domínio político está a enfraquecer. Pouco gentil para com Angela Merkel, este jornal diário afirma:
Tudo isto é transparente. O golpe falhou. A chanceler não poderia ter feito melhor coisa para ajudar Hollande. Os franceses estão fartos das promessas não cumpridas e dos gestos de submissão de Sarkozy. Sem falar da grande maioria, que não quer deixar que Berlim lhe imponha o próximo Presidente.
O facto de Merkel se apoiar em Cameron (que regularmente a contraria em relação ao euro) e Rajoy (que acaba de anunciar que fará rebentar o défice espanhol) mostra como está enfraquecida. Ignorar desta forma o possível próximo Presidente do parceiro mais importante, revela uma falta de instinto como já não se via há décadas.
Em Paris, o Libération realça que esta rutura aparece no momento em que, numa sondagem, 41% dos franceses questionados afirmam estar convencidos que a Alemanha "utiliza a crise para reforçar a sua economia à custa dos outros"... Se François Hollande for eleito, "teremos que começar por reparar os danos", afirma este jornal diário, citando a politóloga Sabine von Oppeln. Tanto mais que, em 2007, dois meses antes do escrutínio anterior, Angela Merkel recebeu a candidata socialista, Ségolène Royal, com uma conferencia de imprensa conjunta e aperto de mãos em frente às câmaras.
Se dizem que estamos mais dependentes do que acontecer na UE, mas sobretudo na Eurozona do que na nossa terrinha, por muito competentes que sejam os nossos governantes e “custe o que custar”, devemos mais focarmo-nos nos “cabeças” lá de fora do que nas tricas dos “cérebros” cá de dentro.
E é sintomático que a “rainha” da Europa (título comprado com dívidas) e “coroada” pelo atual presidente francês (seu súbdito) não se dê ao trabalho de receber o outro candidato francês (e eventual vencedor/parceiro?) e para tanto tenha tido a anuência e o concluio de 3 dos seus mais diretos contestatários, todos conservadores e interessados numas benessezinhas, que os colocam numa posição acocorada…
Tudo porque Hollande já anunciou, no caso de vencer as eleições francesas, renegociar o pacto orçamental assinado em Bruxelas, por discordar da liderança usurpada por Merkel, bem como das políticas de austeridade, que arrasam com as economias dos restantes países, originando uma supremacia da Alemanha, face a todos os países membro.
E se o eventual futuro presidente francês assim pensa e quer agir, muito mais os franceses pensam como ele, cansados também de assistirem a uma ditadura do défice e conscientes de que quem escolhe o seu presidente são eles. Como diz a notícia, a Sra. Merkel deu mais um tiro no pé (esperamos) empurrando os franceses para os braços de Hollande, com esta nega, mas sobretudo por se ter auto arvorado em Mandatária da candidatura de Sarkozy, anunciando-a, mesmo antes de ele a ter declarado.
E mais uma nota, que é notória e poderá ser notável, caso um candidato (que se diz) socialista seja eleito, o que iria contrariar a tese de que o “socialismo/social democracia” foi a razão deste imbróglio agiota e sociologicamente sádico, o que seria outra razão para os conservadores (eleitos e designados) se unirem para contrariarem uma tese mais do que falsa…
Mas como o povo é quem manda e como o povo francês tem sido o baluarte de todas os excessos quando há excessos, esperemos que escolha quem os defenda e não nos use como despojos de uma guerra de dois “robertos”…
Esperemos, embora tenhamos que espear mais um ano para assistir à deposição da “rainha”…

2 comentários:

  1. Vamos ter Conselhos Europeus bem giros depois das eleições francesas!

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