Estudo da Ernst & Young diz que o fosso entre economias prósperas e os países em crise da zona euro vai agravar-se nos próximos 3 anos.
A Europa vai crescer a 2 velocidades e Portugal está no grupo de países que vai avançar com a marcha mais lenta. De tal forma que o retrato de 2015 vai mostrar um agravamento no fosso entre países ricos e pobres.
De acordo com o estudo da Ernst & Young, o crescimento da Espanha, Grécia, Irlanda, Itália e Portugal, até 2015, não irá além de 0,5% – um ritmo lento e incomparável com o progresso de 9% que os restantes 12 países da zona euro deverão registar.
O ritmo de crescimento lento, a par com a quebra no investimento público, taxa de desemprego elevada e recuo no consumo público e privado são alguns dos indicadores que definem um país “pobre”. “O fosso entre países relativamente prósperos do norte da Europa e os países em crise do sul do continente prosseguirá, nos próximos anos”, afirmam os especialistas da consultora.
Este estudo vem, assim, reiterar que Portugal continua a ser um dos países mais desiguais do mundo desenvolvido, sendo aquele em que a desigualdade é das mais acentuadas entre as economias europeias. Não será por isso de estranhar que, ao ficar classificado com um país pobre, o fosso na distribuição dos rendimentos também aumente. Tal como a OCDE revelou em Dezembro do ano passado, o fosso entre ricos e pobres em Portugal atingiu o nível mais elevado dos últimos 30 anos. Os 20% mais ricos têm rendimentos 6 vezes superiores aos dos 20% mais pobres.
Do outro lado do barómetro está a Alemanha que deverá, em 2013, crescer 2% e aproximar-se do pleno emprego com a taxa a situar-se em 4,9% em 2015.
Portugal vai precisar de ajuda adicional segundo a mesma consultora
“A fim de conseguir regressar aos mercados em meados de 2013, quando o montante do programa de ajustamento terminar, o juro dos títulos precisa recuar entre 800 e 900 pontos base”, descida que parece “altamente improvável”, devido “ao lento avanço na consolidação das finanças públicas e fraca melhoria na competitividade”. Perante este cenário, arrisca a consultora, “Portugal irá quase certamente necessitar de assistência financeira adicional da União Europeia e do FMI”.
A previsão da Ernst & Young aponta para uma contracção de 4% da economia nacional este ano e 2,1% em 2013. Esta estimativa baseia-se no pressuposto de que as autoridades da zona euro são capazes de impedir que a crise helénica contagie outros países periféricos.
Ainda ontem referia aqui a necessidade de uma nova fórmula (ou variante) para a definição do conceito de pobreza e logo hoje nos classificam como futuros pobres, mesmo ganhando mais do que 1,25 dólares (0,95 euros) por dia, partindo do pressuposto de que Portugal continua a ser um dos países mais desiguais do mundo desenvolvido, sendo aquele em que a desigualdade é das mais acentuadas entre as economias europeias e em que o Salário Mínimo Nacional (de quem trabalha) é de 485 euros/mês, abaixo dos 2/3 do salário médio nacional (518 euros/mês), atirando quem o ganha abaixo do limiar da pobreza. Se contarmos com os valores dos pensionistas… já somos mais do que pobres, mesmo trabalhando.
Se no final de 2010 o fosso entre ricos e pobres em Portugal atingiu o nível mais elevado dos últimos 30 anos, é fácil concluir que, para além das fórmulas estatísticas e das respetivas variáveis, a fonte da nossa pobreza está mesmo na imoral distribuição da “riqueza” (disponível) e na estrutura legislativa que a sustenta, mesmo que concertada, que parece que vai continuar no mesmo caminho, com os mesmos efeitos agravados. E já não bastava isto! Acrescente-se a recessão prevista e continuada (4% em 2012 e 2,1% em 2013, se Deus quiser), para nos convencermos de que Portugal vai de mal a pior, apesar das “análises” otimistas do nosso Gaspar, que é o único que sabe, mas não é o único que desmente esta inevitabilidade.
Entretanto: BCE: recessão em Portugal pode chegar aos 5%, contudo, com crescimento de 3% a partir de 2017.
E já se começa a noticiar, cá dentro, o que lá fora se diz há muito, que vamos ter 2º empréstimo, apesar do repetido “nem mais tempo, nem mais dinheiro”, para nos irmos habituando à ideia de que a culpa dessa previsão está no Oráculo grego…
Até parece que Portugal está a fazer o que os privados fizeram (vivendo acima das suas possibilidades) e que se condena, pedindo empréstimo para pagar empréstimos, sabendo-se já o que resultou de tais manigâncias.
Daí que o significado de ECONOMIA se traduzir do grego como "regras da casa" ou "administração doméstica", ao contrário do que nos querem dizer os “verdadeiros economistas”, de que a economia doméstica não tem nada a ver com a Economia que eles pensam e praticam, mas só tem…
Que os nossos governantes sejam boas donas de casa e repartam o pão pela família para não ralharmos todos e com muita razão!
Vamos continuar a ser país e estes tipos não serão lembrados!!
ResponderEliminarDisso não há dúvidas! Mas vamos pagar as favas...
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