A Cimeira da Indústria Nuclear 2012, que reúne mais de 200 representantes do setor, arrancou em Seul, com um apelo à colaboração entre grupos privados e governos para garantir o uso seguro da energia atómica.
Durante a sessão inaugural deste encontro o diretor-geral da Associação Nuclear Mundial salientou que o êxito de uma estratégia política internacional para elevar a segurança nuclear "dependerá do papel essencial desta indústria".
O responsável por aquela organização, que representa as empresas responsáveis pela produção de 90% da energia nuclear do planeta, salientou que os principais desafios da indústria passam por prevenir que materiais perigosos caiam em mãos terroristas e promover-se a proteção ambiental com o uso seguro da energia atómica.
O presidente da Associação Mundial de Operadores Nucleares (WANO), fundada após o acidente de Chernobil em 1986, destacou a importância de se prevenir desastres como o da central japonesa de Fukushima e garantiu que a indústria nuclear "é mais sólida e segura depois de Fukushima" graças à cooperação da WANO com a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) para otimizar as medidas de segurança nas centrais como os parâmetros da segurança nuclear em geral.
No âmbito deste encontro, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou em comunicado a necessidade de fortalecer o Estado de Direito e aplicar de forma "mais eficaz" os instrumentos jurídicos internacionais para enfrentar a ameaça do terrorismo nuclear.
E lá vem, mais uma vez, o lobby da Indústria Nuclear, manhosamente, “virar o bico ao prego”, pregando a necessidade de colaboração entre os grupos privados e os governos (para reforçar os laços do lobby) para garantir o uso seguro da energia atómica (não só na produção de eletricidade) colando-se assim ao “combate” ao terrorismo, classificando como principais desafios da indústria prevenir que materiais perigosos caiam em más mãos, para esquecermos as fragilidades, os custos e as mortes causadas pelas Centrais Nucleares de energia elétrica.
Não deixa de ser curioso que se refiram à necessidade de uma estratégia política internacional para elevar a segurança nuclear das Centrais, o que prova que afinal não há mesmo segurança, contrariando os argumentos dos que entre eles afirmam que o Nuclear é mais do que seguro. Em que ficamos? E a história não conta?
É de chamar a atenção para a manhosice da notícia, quando refere que as empresas presentes na Cimeira são responsáveis pela produção de 90% da energia nuclear do planeta, repetindo que se refere a 90% DA ENERGIA NUCLEAR, que representa apenas cerca de 17% DA ENERGIA ELÉTRICA EM TODO O MUNDO e com tendência a descer até acabar...
Mais curioso ainda é a preocupação dos industriais do nuclear em promoverem a proteção do ambiente com o uso seguro (confirma-se a insegurança) da energia atómica, ambiente que tem sido ferido várias vezes com o nuclear e que está ameaçado constante e indomavelmente.
E por isso, o acidente de Chernobil levou à criação da Associação Mundial de Operadores Nucleares (WANO), para prevenir desastres idênticos, como aconteceu na central de Fukushima, mas pelos vistos não valeu de nada, nem valerá qualquer renovada promessa que façam, porque não tem garantias a dar e o que querem é “o deles”…
O planeta, o ambiente e os seus habitantes que se fundam, a quente ou a frio, mas a resposta ha de ser sempre a mesma: “Não, Obrigado!”
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