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quinta-feira, 22 de março de 2012

E são os gestores destes partidos que gerem o país?

As depauperadas contas dos partidos são uma realidade bem patente num pedido feito pelo PSD e CDS ao Tribunal Constitucional, para que permitisse que as multas – devido a irregularidades cometidas pelos partidos nas suas contas relativas a 2006 – fossem pagas a prestações, durante um período alargado de tempo.
Estes dois partidos conseguiram dividir o pagamento das multas em prestações suaves, mas a abertura do TC ficou longe da vontade de centristas e sociais-democratas. O PSD que queria os 65.000 euros de coima fossem pagos em 10 prestações, conseguiu dividir o pagamento em 2 fases. Já o CDS que pretendia 24 prestações, apenas recebeu permissão para pagar em 4 parcelas, porque o TC foi sensível aos argumentos.
Apesar de terem sido os únicos partidos a solicitar a divisão do pagamento em prestações, o CDS e o PSD não são os únicos com contas irregulares. Também no que diz respeito a contas de 2006, o PS foi multado em 55.000 euros, mais 10 mil do que o PCP (45.000). O Bloco de Esquerda enfrenta uma coima de 10.000 euros.
Primeira conclusão: Todos os partidos (exceto Os Verdes?) viveram acima das suas possibilidades, na proporção direta da sua “riqueza”.
Segunda conclusão: Todos os partidos, ou não conheciam as regras (o que é grave) ou sabiam que estavam a prevaricar (o que é mais grave).
Terceira conclusão: Os partidos com coimas (dívidas) menores vão pagá-las a pronto (como é uso entre os mais pobres).
Quarta conclusão: Os partidos com coimas (dívidas) maiores queriam pagar em prestações, com “muito mais tempo”, conseguindo em parte a pretensão (por compreensão do credor).
Se extrapolarmos o caso das coimas (dívidas) para a situação do país, constataremos duas bizarrias:
1 – Se os dirigentes dos partidos e os seus gestores não dão conta do recado (gestão da “economia” e “finanças” do respetivo partido) como serão competentes para governarem um país?
2 – Se quem deve mais (os partidos no poder) acham justo e razoável que se lhes dê “mais tempo” para não desestabilizar as suas tesourarias, por que não pensam da mesma maneira para pagar a dívida do país? Ao TC tiveram coragem de fazer a proposta e a humildade de aceitarem a decisão, mas à troika nem proposta fizeram e mostram orgulho em pagar tudo(?), o mais depressa (im)possível(?) e até oferecendo soluções mais penalizadoras do que as propostas pelos credores…
Moral da história: Não há moral!

2 comentários:

  1. Preferia situar-me no campo da Ética...

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    1. Isto até está mais no campo da competência, mas o "trocadilho" tem mais impacto...

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