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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cá, homilia dominical! Lá fora todos à rasquinha!

Uma pequena reflexão de Verão
Caras amigas e amigos,
O ritmo de tomada de decisões que nos impusemos, bem como a nossa imperiosa necessidade de cumprir os acordos a que o País se comprometeu têm vindo a impor uma agenda exigente que eu encaro como o nosso Grande Desafio como nação e como povo.
Sabemos bem que o nosso ponto de partida é extremamente débil e que a instabilidade no sistema Financeiro Europeu e Americano são travões para um percurso já de si cheio de sacrifícios, tanto na intensidade como no tempo. Esta é a nossa realidade e um dos meus compromissos com os Portugueses é nunca ocultar a realidade, de forma que todos compreendam as razões e os objectivos deste grande esforço colectivo.
Há, evidentemente, um enorme trabalho pela nossa frente ao qual todos os Portugueses são chamados. Mas também julgo que restam poucas dúvidas quanto à nova forma de fazer política e de nos relacionarmos com o universo civil da nossa sociedade: queremos transmitir o que fazemos e por que o fazemos. Achamos que é de elementar justiça prestar contas ao País, quando, afinal, estamos a trabalhar e a gerir o dinheiro dos Portugueses. E queremos que a Sociedade Portuguesa mude de vida para encontrar um rumo de prosperidade que nos permita, a nós e aos nossos filhos, olhar para o futuro com confiança e optimismo. Essa é a razão última deste enorme esforço, deste nosso desafio.
Não me comprometo com resultados rápidos nem com sacrifícios suaves. Não seria realista. Mas não duvido que, passada esta profunda e longa tempestade, teremos um país muito mais bem preparado para compreender, competir e vencer num mundo que assiste diariamente a importantes transformações.
Neste Grande Desafio há valores que não devemos nunca deixar para trás: dar e contar com o apoio das nossas famílias e dos que nos são próximos, nunca perder de vista a ética e o valor do compromisso para com a sociedade e, finalmente, ter a clara noção de que somos um povo de vencedores que nos agigantamos perante as maiores adversidades. Este é o momento! E constato com orgulho uma reacção nobre, realista e empenhada da generalidade da nossa sociedade.
Vou agora estar uns dias com a minha mulher e as minhas filhas para recuperar algum tempo do meu papel enquanto marido e pai. Vai ser um período mais curto do que seria a nossa vontade, mas será o possível dentro das actuais circunstâncias. Procurarei aproveitar intensamente o tempo disponível: afinal é nas situações mais simples que podemos encontrar os momentos de maior felicidade.
Um abraço forte e continuação de um bom Verão,
Pedro Passos Coelho
Lendo nas entrelinhas, vou tentar descodificar a mensagem, que deve ter sido escrita por alguém do SIED.
Portugueses!
A nossa nação, tendo perdido a sua soberania e com o povo que temos, pobre, idealista, e desempregado foi obrigada a aceitar o grande desafio imposto por estrangeiros amigos, que nos emprestaram dinheiro, demonstrando uma atitude tão submissa e silenciosa, que me orgulha.
Como somos pobres, mas honrados, teremos que pagar e queremos que seja mais depressa do que os próprios credores exigem. Já não nos bastava a dívida herdada para ainda termos que assistir e sofrer com a guerra dos “mercados”, de que somos crentes e acérrimos defensores, que constatamos agora que ataca o sistema financeiro mundial e de que seremos as principais vítimas, mesmo que seja contra a Europa e os EUA e que poderá travar o nosso garantido sucesso.
Já todos perceberem, já que tanto os media insistem e há tanto tempo, que os sacrifícios enormes que vocês tem pela frente não é para todos, já que há 3.000.000 de pobres e empobrecidos, que ainda atrapalham as contas, 700.000 desempregados, que ainda recebem subsídios, os mais avantajados nas contas, que merecem apoio pelos postos de trabalho que criam e pelos salários que pagam, os senhores que guardam o dinheiros dos das contas avantajadas, que são os pilares da nossa independência, sem contar com as crianças com menos de 16 anos e os licenciados que ainda não podem trabalhar. Feitas as contas, pouca gente resta para colaborar no Grande Desafio (cheira a Mao Tzé-Tung, mas tem impacto) no qual o leitor está incluído e se não aguentar, não conte com o Estado para nada, conte com a sua família e com a vizinhança, que é um dos valores a valorizar.
Como sabem, comprometi-me a explicar as razões e os objectivos desta empreitada, o que não faço agora porque gastaria muito tempo, mas espero que todos já tenham compreendido, pelas explicações que os economistas e comentadores tem dado na TV, embora também me tenham confundido e levado a enganos de que tenho sempre pedido desculpa, tão só porque o dinheiro é vosso e a vida também. Mas podem acreditar que queremos e vamos conseguir mudar a vida dos portugueses nos próximos anos, piorando-a, para deste modo atingirmos mais rapidamente a prosperidade almejada.
E como já vão reconhecendo, pelo treino que vos é dado em crescendo que é nas coisas mais simples que está a felicidade, quanto menos tiverem, mais felizes serão e essa é a verdadeira riqueza.
Não pensem que as próximas décadas chegam para se ver os resultados das medidas que deixei a levedar, nem vos passe pela cabeça que os sacrifícios vão ser tão leves como vos prometi, mas pedir-vos-ei desculpas, tantas vezes quantas forem precisas.
Um abraço e sorte no euromilhões (ou que faça parte da lista pública dos nomeados) e continuação de um Verão tão mau como o que temos todos merecido.
Entretanto, como a realidade é mais complicada do que a análise do nosso primeiro, os outros Primeiros parece que acordaram para a realidade dos “mercados”, de que são crentes e acérrimos protetores e descobriram que foram apunhalados pelos especuladores, logo que foram para férias…
Líderes mundiais multiplicam-se em contactos por causa da crise
O Banco Central Europeu agendou, para esta tarde, uma reunião de urgência sobre a crise das dívidas soberanas na Europa e sobre a desclassificação do “rating” dos Estados Unidos. Essas preocupações juntaram, ontem, os vice-ministros das Finanças do G20 numa videoconferência e multiplicam-se os contactos entre os líderes europeus, para tentar acalmar os mercados.

2 comentários:

  1. Gostei muito da interpretação que fez da homilía. Realista qb.Resumindo: tugas = a pobretas mas alegretas = benditos os pobrezinhos porque deles é o reino dos céus!
    "Que que saudades que eu já tinha da minha pobre casinha tão modesta como eu...."

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  2. maria
    Eu bem digo que sou bruxo... Já aumentarem o IVA para baixar a TSU e vem mais, enquanto ele está de férias...

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