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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Contrarrevolução dos (es)Cravos”…

Neste dia
Onde se revigora
A febre desta raiva
Que desde o ventre materno
Se transporta
Onde se abriu caminho à descoberta
De um novo Portugal com outra voz
É onde o medo
De novo nos desperta
No som do renovado canto
Que bate à nossa porta.
É onde o vento
Ateia o lume deste fogo
É onde o povo enxuga o pranto
De outra luta
É onde a esperança aguarda
Sem guarida
O chão da terra
Aonde tem direito.
Aqui
Onde respiro
A força do meu gesto
E a ira contida no meu grito
É onde prendo ao peito
Um cravo rubro
Que me dá este alento que persiste
À espera das palavras que eu entenda
Na teima que me embala e que resiste.
Soledade Martinho Costa
Momentos – António Pinho Vargas

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