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segunda-feira, 21 de abril de 2014

As “judiarias” na nossa VIdA masSACRAda…

A sexta-feira antes de domingo de Páscoa é uma das raras ocasiões em que o Papa ouve outros pregar. Foi na basílica de São Pedro, onde o chefe da Casa Pontifícia, o franciscano Raniero Cantalamessa, liderou a Via Sacra e descreveu os grandes salários e a crise financeira mundial como os males modernos provocados pela “fome amaldiçoada pelo ouro”.
“Não é um escândalo que algumas pessoas ganhem salários e recebam pensões que algumas vezes são 100 vezes maiores do que as pessoas que trabalham para elas, e ergam as suas vozes para recusar propostas para reduzir os seus salários em nome da justiça social?”, interrogou Cantalamessa.
Francisco, que fez dos pobres o tema central do seu pontificado, disse em Dezembro que os salários e os bónus milionários são sintomas de uma economia baseada na ganância e na desigualdade.
Este ano, Francisco encarregou um bispo italiano, Giancarlo Maria Bregantini, de redigir as meditações. Considerado como um dos religiosos italianos socialmente mais progressistas, Bregantini é conhecido pelas suas posições corajosas na luta contra a máfia no Sul de Itália. As meditações denunciaram “o peso de todas as injustiças que a crise económica provocou”: “precariedade, desemprego, despejos, o dinheiro que governa em vez de servir, a especulação financeira, os suicídios dos empresários, a corrupção e usura, as empresas que abandonam o seu próprio país”.
Os jovens estiveram também muito presentes nas leituras, recordando-se os “condenados à morte, massacrados ou destruídos pelas guerras sobretudo as crianças-soldado”. O acolhimento dos emigrantes “que pedem asilo, dignidade e pátria” e a situação das prisões, “a dupla pena da sobrelotação das prisões, que consome a carne e os ossos”, 2 preocupações habituais de Francisco, também foram evocadas.
“Lembremo-nos dos doentes, de todas as pessoas abandonadas”, disse Francisco no fim da cerimónia, perante os 40.000 fiéis que tinham assistido em silêncio.
Que a Páscoa sirva para lembrar Judas, sem o qual não haveria imolação e judiarias…
Que a Páscoa sirva para lembrar aos que conhecem a história, que o fim do vendilhão Iscariotes foi dramático…
Que a Páscoa seja o princípio da ressurreição…

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