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terça-feira, 15 de abril de 2014

1 hora na Suíça sobra para o “aumento” do SMN aqui!

A Suíça vai referendar no dia 18 de maio a criação de um salário mínimo nacional no país. Se for aprovado, os trabalhadores na Suíça vão receber o salário mínimo mais elevado do mundo: 18,10 euros por hora. Feitas as contas, o ordenado mais baixo na Suíça poderá chegar aos cerca de 3.200 euros por mês.
O valor duplica o recém-criado ordenado mínimo na Alemanha, 8,5 euros por hora, cerca de 1.500 euros por mês. Comparando com a retribuição mínima garantida em Portugal, a diferença é abismal, sendo 6,5 vezes superior ao português (485 euros).
A iniciativa foi levada às urnas pela central sindical SGB com o apoio do Partido Socialista Suíço. O principal argumento usado foi que os salários precisam de refletir o elevado nível de vida no país.
Os eleitores helvéticos não parecem, no entanto, convencidos com este argumento. Uma sondagem realizada na semana passada pela empresa GfS Bern demonstrou que 52% estão contra a introdução do salário mínimo com 40% a favor.
"O governo está convencido que seria errado o Estado impor um salário a nível nacional", disse em fevereiro Johann Schneider-Ammann, o ministro da Economia suíço. As consequências seriam particularmente graves para as companhias mais pequenas, alertou o governante, como no retalho, catering, agricultura e limpeza.
Por seu turno, o sindicato apresenta 3 motivos para introduzir um salário mínimo. Primeiro, motivaria desempregados e beneficiários de subsídios a regressar ao mercado de trabalho. Depois, esta subida iria também fazer com que trabalhadores com vários empregos passassem a dedicar-se apenas a um. Por último, um ordenado mínimo faria com que os empregadores não recorressem a mão-de-obra estrangeira mais barata.
Na União Europeia, os salários mínimos mais elevados praticam-se no Luxemburgo (1.874 euros), Bélgica (1.502 euros) e Holanda (1.469 euros).
O valor supera também os ordenados mínimos praticados em países como os 1.300 euros da Austrália ou os atuais 915 euros dos Estados Unidos que Barack Obama assinalou querer aumentar para os 1.300 euros mensais.
Cerca de 10% da força laboral na Suíça recebia um ordenado abaixo de 3.200 euros em 2010.
Os referendos são parte essencial da democracia suíça. Todos os anos os eleitores suíços são chamados 4 vezes às urnas para decidir sobre matérias sociais ou económicas.
E andamos nós a discutir diariamente um aumento de 15 euros por mês no Salário Mínimo Nacional, em cima dos 485 euros, todos invejosos da Alemanha, que não tinha SMN e ao gerá-lo atirou para os 8,5 euros/hora, o que perfaz cerca de 1.500 euros por mês e vem a gora a Suíça, que também não tem SMN, referendar a sua criação com a proposta de 18,10 euros/hora (mais do que o aumento de um mês do nosso) o que corresponderá (só) a 6,5 vezes o português!
Se o argumento na Suíça foi refletir o nível de vida no país nos salários, é exatamente o mesmo argumento que serve a todos os países. No nosso, não serve para sair da linha de água da pobreza… Tudo isto na “nossa” União Europeia!
Claro que já começou a manipulação dos eleitores, com sondagens a querem convencer os eleitores helvéticos dos perigos de tal doidice…
O governo ajuda à missa, dizendo que é errado o Estado impor um salário a nível nacional, preferindo a autorregulação, mesmo tendo em conta que apenas cerca de 10% dos trabalhadores recebiam menos dos 3.200 euros em 2010, o que quer dizer, que nas circunstâncias, é uma ridicularia.
Por seu lado, o sindicato defende a proposta com o aumento da motivação dos desempregados e beneficiários de subsídios a regressar ao mercado de trabalho, com a dedicação a apenas um emprego para aguentarem o custo de vida e que tal decisão levaria a que os empregadores não recorressem a mão-de-obra estrangeira mais barata, o que parece contraproducente...
É mais do que lógico, que estes argumentos são também aplicáveis a todos os países da União, se houvesse união...
Para quem diz que somos pequeninos, não deixa de ser curioso que os SMN mais elevados se pratiquem em 3 países muito mais pequenos do que nós, onde muitos portugueses trabalham, contribuindo a riqueza daqueles “canteiros”…
Deixemo-nos de tretas e tirem-se de vez as chupetas aos “chupistas”…
Deixá-los chorar!

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