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sábado, 1 de março de 2014

Convergência faz-se com redução salarial dos homens

As mulheres europeias continuam a trabalhar de graça 59 dias, de acordo com as informações mais recentes divulgadas pela Comissão Europeia. As disparidades salariais entre homens e mulheres - diferença média entre a remuneração horária dos homens e das mulheres no conjunto da economia - quase não sofreram alterações nos últimos anos, continuando a situar-se nos 16 % (16,4 %, mais precisamente, à semelhança do ano passado).
É a 4.ª vez que o Dia da Igualdade Salarial é celebrado a nível europeu.
“O Dia Europeu da Igualdade Salarial recorda-nos as condições salariais desiguais que as mulheres continuam a enfrentar no mercado de trabalho. Nos últimos anos, as disparidades salariais pouco diminuíram. Para agravar a situação, a tendência muito ligeira para a sua redução nos últimos anos deve-se, em larga medida, à crise económica, no contexto da qual a remuneração dos homens diminuiu sem que a remuneração das mulheres aumentasse”, declarou a Vice-Presidente Viviane Reding, Comissária da UE responsável pela Justiça. “A igualdade salarial por trabalho igual é um dos princípios fundadores da UE mas, infelizmente, ainda não é uma realidade para as mulheres europeias. Após anos de inação, é chegado o momento da mudança. A Comissão Europeia está a trabalhar numa iniciativa destinada a despoletar essa mudança, para que, no futuro próximo, deixemos de necessitar do Dia da Igualdade Salarial.”
- A Resolução aprovada por Portugal em 8 de março de 2013 inclui medidas destinadas a garantir e a promover a igualdade de oportunidades e resultados entre homens e mulheres no mercado do trabalho, inclusive a eliminação das disparidades salariais. As medidas abrangem a apresentação de relatórios sobre as disparidades salariais entre homens e mulheres, repartidas por setor.
Comissão Europeia conclui que a desigualdade salarial entre homens e mulheres em Portugal está a agravar-se. A trajetória de agravamento tem sido quase uma constante em Portugal nos últimos anos. Depois de cifrar-se em 9,2% em 2008, subiu para 10% em 2009 e 12,8% em 2010. Em 2011 registou-se uma ligeira descida, para 12,5%, mas que subiu para 15,7% em 2012, o último dado disponível.
Os países com maior desigualdade salarial entre homens e mulheres na União, medida por este indicador, são a Estónia (30%), a Áustria (23,4%) e a Alemanha (22,4%). Já os menores valores registam-se na Eslovénia (2,5%), em Malta (6,1%) e na Polónia (6,4%).
Em média, as mulheres trabalham 57 dias de graça para conseguir igualar os homens na folha do ordenado.
Estamos ainda abaixo da média europeia, mas somos o país onde a desigualdade de género mais se agravou na UE.
Juntamente com Portugal também a Irlanda e a Espanha registaram uma tendência de agravamento das desigualdades.
Já é azar dos “inventores” de metas e dos dias internacionais ou europeus de qualquer coisa…
Começando com os ODM – Objetivos do Milénio – que a ONU queria alcançar em 2015, já foi protelada, dizem, em virtude da crise, embora com esta se tenha dado o contrário, os ricos ficaram mais ricos e os pobres mais pobres…
Com o ‘Dia Europeu da Igualdade Salarial’, naturalmente louvável pelas intenções, vai acontecendo também o contrário, embora a tendência muito ligeira para a sua redução nos últimos anos se deva, em larga medida, à crise económica, no contexto da qual a remuneração dos homens diminuiu sem que a remuneração das mulheres aumentasse. Ora aqui está o chamado método das “convergências”, em que retirando-se aos que mais ganham se consegue nivelar por baixo. Já não sabemos se a UE copiou por nós ou se fomos nós que fomos influenciados por Bruxelas. Assim, chegaremos lá, mais depressa do que se previu…
Em Portugal, por causa da mesma crise europeia, tivemos o maior e crescente aumento da desigualdade, o mesmo acontecendo com a Irlanda e a Espanha, mais 2 países intervencionados, provavelmente pelos mesmos motivos, com uma vantagem estatística, com o número de casais desempregados, que acabam por receber o mesmo, que é nada, ao fim de algum tempo…
De “consolo”, fica apenas o registo de países mais ricos e politicamente mais “responsáveis”, como a Áustria e a Alemanha, que têm ainda muito a fazer, se as mulheres não forem imigrantes…
Esta é daquelas situações em que se pode dizer que “de boas intenções está a União cheia”, mas de facto é mais uma hipocrisia social e política, porque se o dinheiro não tem cor, também não se lhe conhece o sexo… É como os anjos! E há tanto anjinho, que ainda vai na conversa…
Fica assinalada a efeméride, mesmo que efémera…

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