A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, disse que as maiores economias do mundo estão a ganhar momentum e que os formuladores de políticas parecem estar no caminho certo, mas alertou para a vulnerabilidade nos mercados emergentes, lembrando que em alguns desses países a "maré alta veio com ondas agitadas". Para ela, o forte crescimento abriu vulnerabilidades que entraram em foco à medida que a economia começou a desacelerar.
Lagarde também chamou atenção para a necessidade de reduzir a desigualdade no mundo. "Nos anos à frente, não será suficiente olhar apenas para o crescimento económico. Precisaremos perguntar-nos se esse crescimento é inclusivo", disse.
"A desigualdade da riqueza está a aumentar em todo o mundo e de forma expressiva", afirmou a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde numa conferência na Universidade de Staford sobre "Inovação, Tecnologia e Economia Global do Século XXI”. Considerou ainda que esta distribuição desigual da riqueza "prejudica o ritmo e a sustentabilidade do crescimento a longo prazo" e pode ter "efeitos perniciosos" sobre a “estabilidade política e social".
Embora tenha reconhecido que a economia global parece estar a consolidar a sua recuperação após a crise financeira de 2008, apontou a dificuldade da "criação de emprego" como um dos principais geradores da desigualdade, lembrando que há mais de 200.000.000 de pessoas em busca de trabalho atualmente. "Se os desempregados formassem um país, seria o 5.º maior do mundo", assinalou a ex-ministra das Finanças de França, acrescentando que não se pode permitir que os 75.000.000 de jovens que procuram emprego se convertam "numa geração perdida".
Christine Lagarde é a candidata favorita da chanceler alemã Angela Merkel para ocupar o lugar de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia. Caso o PPE receba o maior número de votos nos 28 Estados-Membros, essa é uma possibilidade.
Lagarde não confirmou nem desmentiu a hipótese, tendo a sua equipa de assessoria apenas relembrado que o seu mandato no FMI ainda não acabou e não seria vantajoso abandoná-lo antes do tempo.
Merkel está contra a continuação de Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia, já que o considera, de acordo com a revista, “uma não-entidade prejudicial” à União Europeia.
Outros dos possíveis candidatos às eleições são o ex-primeiro ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, e o seu homólogo na Irlanda, Enda Kendy.
O Partido Popular Europeu (PPE) escolhe o seu candidato às europeias nos dias 7 e 8 de março.
Mais uma vez Lagarde nos surpreende, não só com a apreensão com as vulnerabilidades dos países emergentes, com problemas que começam a emergir (também fruto de estratégias monetaristas), mas sobretudo com a preocupação pelas desigualdades que o mundo financeiro tem gerado, sem que o FMI as tenha gerido…
Mas a sua inquietação parece focar-se mais no eventual prejuízo do ritmo e da sustentabilidade do crescimento económico a longo prazo e só depois, ou por isso, poder ter efeitos perniciosos sobre a estabilidade política e social, que é o mesmo que dizer, sobre as pessoas.
Só por isso e por tudo que tem dito contra a austeridade, o desassossego que a invade com os 200.000.000 de pessoas desempregadas e os 75.000.000 de jovens que procuram emprego em todo o mundo, soa a choro de carpideira paga para fazer o frete…
E talvez em (con)sequência, a tão calada Merkel, já vem anunciar que a Christine poderá ser a substituta do nosso Zé Manel, a quem rotula como uma não-entidade prejudicial à União Europeia e que só constatou 10 anos depois, se o Partido Popular Europeu obtiver a maioria nas próximas eleições (em Portugal a 25 de maio), que vão, pela primeira vez, permitir a eleição do líder do órgão executivo da UE, o presidente da Comissão Europeia, dentro do Parlamento Europeu…
O que é preocupante é saber-se que Lagarde foi ministra das Finanças de Sarkozy e fez o que fez ou não fez, sob a batuta da Angela, que já a conhece de ginjeira e por isso deve saber com que linhas nos pode coser…
Mas como diretora do FMI diz que a economia global parece estar a consolidar a sua recuperação, apesar das desigualdades que vão crescendo, já ficamos a saber o discurso (positivo) que vamos ouvir durante 5 anos, coisa a que nos estamos a habituar, mesmo que tudo fique na mesma ou pior…
E lá voltaremos aos choradinhos sobre os desempregados de longuíssima duração, com medo de que "não haja bem que sempre dure"…
Depois de uma "Dama de ferro" teremos 2 "Damas de ouros"?
Sem comentários:
Enviar um comentário