Há menos portugueses a entrarem para as estatísticas. Ou porque emigraram, ou porque estão em formação ou porque simplesmente deixaram de procurar trabalho. E este foi o maior contributo para a queda do desemprego em Portugal no 3.º trimestre.
A redução da população ativa, que conta agora com 5.392.200 pessoas levou a que no 3.º trimestre, a taxa de desemprego caísse pela 2.ª vez consecutiva, desta vez para o valor mais baixo observado em mais de um ano.
“Quando vemos que no ano passado emigraram 120.000 pessoas, só podemos pensar que a redução do desemprego se fica a dever a isso”, afirma José Silva Lopes, antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva. O economista não esconde que “a economia portuguesa melhorou um bocadinho”, mas não tem dúvidas de que a taxa de 15,6% anunciada ontem pelo INE comporta “o efeito da emigração e do desencorajamento daqueles que já estão há tanto tempo no desemprego que deixaram de tentar arranjar emprego”.
De facto, no 3.º trimestre deste ano foram registados menos 34.300 portugueses desempregados, mas o número de postos de trabalho destruídos nestes 3 meses foi bem maior: entre julho e setembro perderam emprego 102.700 portugueses.
E os jovens deverão estar a dar o maior contributo para este fenómeno, já que neste período o número de portugueses entre os 18 e 25 anos desempregados aumentou (mais 6.200 que no trimestre anterior ); o número de pessoas empregadas nesta faixa etária caiu (menos 22.100 face ao trimestre anterior); e a taxa de desemprego, mesmo assim, reduziu-se (menos 1,1%).
Mas sem dados exactos das saídas de Portugal e com as entradas noutros países muitas vezes feitas por estimativa, é difícil perceber o peso da emigração, lembra Filipa Pinho, investigadora do Observatório da Emigração.
O que é facto é que entre julho e setembro deste ano, foi registada a melhor taxa de desemprego desde o 2.º trimestre de 2012. Os 15,6% reportados pelo INE é 0,2% inferior ao do trimestre homólogo, quando se registou 15,8% de taxa de desemprego, e 0,8% abaixo do verificado no 2.º trimestre - esta redução não bate, contudo, a queda de 1,3% registada do 1.º para o 2.º trimestre deste ano.
Estima-se assim que entre julho e setembro estivessem sem emprego 838.600 portugueses. São menos 32.300 pessoas (-7%) que no período homólogo e menos 47.400 pessoas (-5,3%) que no trimestre anterior.
Apesar da redução da taxa de desemprego, a destruição de postos de trabalho mantem-se, com o INE a calcular menos 102.700 pessoas a trabalhar, neste período, em comparação com o ano anterior. Face ao 2.º trimestre já houve criação de emprego, com a inclusão de mais 48.000 pessoas (+1,1%) no mercado de trabalho.
No entanto, se aos desempregados se juntar o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis, e os inativos disponíveis que não procuram emprego, encontra-se uma taxa de desemprego real de 26,5%, ou seja mais de 1/4 dos trabalhadores ativos.
Ontem, pedia aqui que me explicassem a incompreensível descida das taxas de desemprego e parece que tinha razão nas minhas desconfianças…
Já tinha ouvido justificações de uns sindicalistas (que nunca são levados a sério), mas com estas explicações de gente “séria”, fica mais convincente a desconstrução do “milagre” da multiplicação de empregos, quando a economia continua a descer, mesmo com a sazonalidade, que o próprio ministro da Economia referiu e havendo menos empregados do que no ano passado…
Resumindo, se aos desempregados se juntar o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis, e os inativos disponíveis que não procuram emprego, encontra-se uma taxa de desemprego real de 26,5%, ou seja mais de 1/4 dos trabalhadores ativos., sem entrarem os que emigraram ou estão em formação, havendo menos portugueses a entrarem para as estatísticas…
E sobre esta falácia estamos conversados!
Façam bom proveito com o martelo dos números, que os martelados não agradecem!
Entretanto, eis que o número de ricos cresce como cogumelos, nos países mais ricos, mas também (e de que maneira) nos países intervencionados, incluindo Portugal… Pudera! São os pobres que estão a pagar a crise por eles!
Só falta traduzir em números o valor dos impostos referentes a cada casta, para ficarmos a saber a cota parte de “esforço”, quer em valor absoluto, quer em percentagem e podermos concluir se os escalões são “equitativos” e se há ricos suficientes para acelerar o pagamento do calote…
Um outro dado que se pode retirar deste “paradoxo” é que a economia dos países é mesmo igual à economia doméstica, coisa que põe os pelos em pé a qualquer economista…
Para uns ficarem mais ricos, outros (muitos) tem que ficar mais pobres, até para provar que realmente existem os 1% e os 99% ou para lá caminharemos…
Não restam dúvidas de que as dívidas estão a multiplicar riqueza, enquanto se produz menos riqueza, com o beneplácito e o empurrão do poder Político.
É a diferença entre as Finanças e a Economia.
É a diferença entre o “pragmatismo” e a ideologia, estúpidos!
Em plena crise e com o desemprego nas alturas, o número de multimilionários em Portugal – com fortunas superiores a 25 milhões de euros – cresceu, em 2012, em 10,8%, para 870 pessoas, Os dados são do Relatório de Ultra Riqueza no Mundo 2013, do banco suíço UBS.
Segundo a pesquisa, além de o número de multimilionários aumentar em número, também cresceu o valor da sua fortuna, de 90 mil milhões de euros para 100 mil milhões de euros, uma subida de 11,1%.
O crescimento desse grupo de privilegiados em Portugal superou a média europeia, de 8,7%. O aumento do valor das fortunas dos ricos lusitanos também superou o da média europeia, de 10,4%.
A fortuna somada dos ricos lusitanos é a 13.º entre os países da Europa. E o país é o 12.º em número de multimilionários na região.
Apenas na Alemanha (13%), Suíça (13,1%), Grécia (11,1%), Roménia (12%) e Sérvia (11,1%) houve um aumento maior no número de multimilionários do que em Portugal.
Em termos de crescimento da fortuna, Portugal só ficou atrás da Suíça (14,5%), Áustria (16,7%), Grécia (20%), Hungria (12,5%), Republica Checa (16,67%) e Roménia (21,4%).
Os países europeus com mais multimilionários são: Alemanha (17.820), Reino Unido (10.910), Suíça (6.330), França (4.490) e Itália (1.625). Portugal só tem 870.
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