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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

"País Pergunta" e 2 bispos que não foram convidados

"Os que têm [dinheiro] é que têm que pagar a crise. Os bancos têm que pagar a crise. Os balúrdios que se entregou para sustentar bancos que já deviam estar enterrados há muito tempo. Eu já disse que lhes fazia o funeral de graça. Estamos agora a sofrer os efeitos", disse Manuel Felício, bispo da Guarda e questionou: "Porque é que não cortam nessas realidades?".
"Em vez de cortarem estes, que ganham menos de 600 euros, porque não cortam, porque não põem uma taxa aos automóveis topo de gama que andam por aí a rodar, às casas que custam mais de um milhão de euros e que se compram e que se têm?", defendeu.
Manuel Felício questionou por que razão "não se coloca nesses [nos ricos] a fasquia do pagar a crise?". "É que, é mais fácil cortar nos que não têm voz, nem capacidade de se defender", justificou.
Se os cortes nas pensões de sobrevivência forem efectuados, fala em consequências para as pessoas idosas "que não têm o essencial" e para "deficientes que não têm possibilidade de continuar a viver com a sua condição de vida". Também alerta que haverá instituições de apoio aos idosos "que deixam de funcionar", o que "é um prejuízo também para a economia social". "Todos esses são problemas em cadeia, que quem nos governa não vê ou não quer ver", apontou o bispo da Guarda.
Actualmente, "as pessoas são tratadas como números e, predominantemente, como número de contribuinte", o que considerou "uma grande injustiça". "As pessoas não são números. As pessoas são valores, são bens essenciais na nossa praça e na nossa sociedade. Se as tratamos como números e, predominantemente, como números de contribuinte, está tudo estragado", alertou Manuel Felício.
Cá estão muitas perguntas que poderiam ter sido feitas no programa da RTP, “País Pergunta”, se o bispo da Guarda tivesse sido convidado, dando oportunidade para o PR poder brilhar, mas ainda mais se houvesse contraditório…
Entretanto, um outro bispo, D. Januário, dá-lhe as respostas “à maneira”…
O Papa Francisco aceitou a renúncia ao cargo de bispo das Forças Armadas e de Segurança apresentada por D. Januário Torgal Ferreira, que em fevereiro deste ano completou 75 anos de idade.
Considerado como uma das vozes mais críticas da Igreja portuguesa, D. Januário Torgal Ferreira assumiu que o fim das suas funções como bispo, não significam uma resignação da sua intervenção pública. "Como pediu o Papa Bento XVI, a Igreja tem de erguer a sua voz em defesa dos pobres". "É fundamental não fugir do mundo como Igreja. É preciso continuar a estudar, a ouvir as pessoas, a aprender. Temos de ser a voz dos mais pobres, foi isso que me meteram na alma desde sempre", disse.
D. Januário afirma sentir-se com forças para continuar, embora "não me possa sentir bem com a situação em que o País vive. Sobre isso não posso ficar calado". As críticas vão diretas para o atual Governo e para a "situação desgraçada que o País atravessa".
"O que me inquieta é a incompetência e a insolência deste Governo", afirmou.

2 comentários:

  1. A nova estrela da igreja catolica está segundo me parece a ser muito bem acompanhado por pessoas com um discurso e postura menos seráfica. Apesar de não religioso sabe bem ver que a seita não lhes toldou a analise correcta das dificuldades. Tirando o não achar bem que se destaque as suas declarações (iguais as minhas já há dois anos) só porque pertence a uma seita, concordo com ele em tudo.

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    1. Também não sou praticante, mas é claro que o Papa Francisco terá um papel preponderante na revolução do pensar da Igreja, dos fiéis, dos "infiéis" e dos governantes, não por ser quem é, mas por ser como é, racional e humano.

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