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domingo, 11 de agosto de 2013

Nos tempos que correm: “Quem luta, também educa”

“O medo tem alguma utilidade, a covardia, não” - Mahatma Gandhi
As crianças produzem as mais puras obras da sensibilidade humana e orgulham-nos com os seus ingénuos e inocentes encantos. Crianças, adolescentes e jovens facilmente percebem quando um professor ou professora lhes oferece sabedoria, recheada de amor e dignidade. Sabem também reconhecer, como reconhecem os seus pais, que os professores trabalham no duro e não são reconhecidos nem estimulados a realizarem-se, com dignidade, no seu ofício de ensinar. Deles, somente deles, os professores recebem flores e presentes, em forma de agradecimento e de reconhecimento por tudo que fazem por eles.
Nei Alberto Pies
A sensibilidade é própria daqueles que estão de bem com a vida e se envolvem numa catarse de movimentos que geram boas perceções de vida, de ser humano e de beleza, daqueles que tem olhos para ver, ouvidos para ouvir e boca para falar, serenamente. Por sua vez, quando reina a insensibilidade, esta gera autossuficiência, arrogância e rancor, qualidades que não cativam e não agregam ninguém.
Oferecemos, todos os dias, o melhor do que somos, por amor às nossas crianças. Oferecemos-lhes luzes de esperança, forjadas na quotidiana luta de superação pessoal e profissional. Se os adolescentes sonham em transformar o mundo, mostramos-lhes caminhos de saudável rebeldia, arrebatadora de causas, sonhos e desejos que move a cada um e cada uma. Se jovens e adultos acreditam no poder do conhecimento, estimulamo-los a fazerem as suas buscas na vida pessoal e profissional, através do estudo.
Sensibilidades afetivas, sociais e políticas constituem um legado daqueles que escolheram ser professor ou professora. Por obra desta paixão, fazem-se compreensivos com os outros, e sofredores com eles, crentes de que cada ser humano possui as mais ricas e únicas possibilidades de se superar. Como na educação, também na política, só deveriam atuar aqueles que, acima de vaidades e interesses, fossem capazes de se agregar na crença de que todo o ser humano é capaz de se superar em todos os seus contextos, singularidades e peculiaridades. Para isto serve a política e a educação: propiciar instrumentos às pessoas para a sua liberdade e a sua emancipação.
Daqueles que assumem posições de poder, espera-se que sejam abertos ao diálogo, mesmo que na dureza das críticas dos outros. Que se interessem pela coletividade, sem se desfazerem das suas motivações e convicções políticas. Que saibam avançar nas propostas, mas também recuar quando se faz necessário. Que desenvolvam habilidades capazes de justificar as intenções que desejam concretizadas na coletividade.
“Quem luta, também educa”. Quem ama, também educa. Quem não se acovarda da sua consciência, ganha mais vida na dignidade, justamente por se assumir como é. Quem educa segue a acreditar que a educação não é um fim, mas um meio para estimular os mais loucos desejos do ser humano: a felicidade. E não aceita o discurso desvairado que nos acusa de “torturar” as nossas amadas crianças.

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