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quarta-feira, 6 de março de 2013

“O exagero é a mentira da gente ‘honesta’.”

Os suíços aprovaram em referendo popular uma iniciativa que passa aos acionistas a competência de definir os ganhos dos diretores de empresas. A oposição britânica pode dificultar a aplicação da medida no bloco europeu.
A Comissão Europeia anunciou esta segunda-feira a intenção de seguir o exemplo da Suíça, que aprovou em referendo popular,  no último domingo, o estabelecimento de limites para os salários de altos executivos.
O anúncio foi feito por Stephan De Rynck, porta-voz do comissário europeu de Mercados Financeiros, Michel Barnier. O objetivo é que uma proposta sobre o assunto seja apresentada até ao fim do ano, explicou. "O referendo foi muito positivo, e mostra que há espaço para assegurar transparência ao nível europeu", disse De Rynck. "Nós vamos na mesma direção, e a nossa proposta vai basear-se também numa decisão vinculativa [por parte dos acionistas], assim como ficou definido ontem na Suíça."
No domingo, a população suíça decidiu, por 67,9% dos votos, que a função de limitar os salários e bónus saia das mãos dos próprios executivos e passe para os acionistas. O referendo foi considerado histórico pelo seu conteúdo e pela sua abrangência: todos os 16 cantões suíços, sem exceção, apoiaram a entrada em vigor da nova lei.
Inédito na Europa, o projeto leva o nome de Iniciativa Minder, em referência ao seu idealizador e principal promotor, o senador Thomas Minder. A campanha em prol da mudança rendeu-lhe o apelido de "Robin Hood dos acionistas" e ganhou força após o escândalo, nas últimas semanas, envolvendo o presidente da farmacêutica Novartis, Daniel Vasella, quando a empresa anunciou que Vasella receberia mais de 58 milhões de euros após deixar o cargo. O executivo acabou por desistir do dinheiro, mas o debate subsequente culminou na aprovação da lei.
Bónus também na mira
A Suíça orgulha-se do seu ambiente de negócios favorável, com baixos impostos. Entretanto, nos últimos anos, uma série de escândalos e ajudas financeiras a bancos suscitaram críticas ao seu sistema. A ministra da Justiça qualificou o referendo de domingo como "a expressão do grande desconforto da população suíça com o nível dos salários pagos aos executivos".
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, aplaudiu a iniciativa, dizendo que o seu país deveria tomar a Suíça como exemplo. “É uma excelente iniciativa democrática e, pessoalmente, acredito que nos deveríamos inspirar neles”, comentou.
A Alemanha também elogiou a iniciativa, mas optou por um discurso mais cauteloso. "O referendo produziu um resultado interessante, que precisa ser olhado de perto", disse Steffen Seibert, porta-voz do governo alemão.
Dono de um dos maiores mercados financeiros do mundo, o Reino Unido opõe-se à intenção da UE de seguir o exemplo da Suíça, o que deve complicar os planos do bloco de adotar a medida. Na última semana, o Parlamento Europeu e a presidência temporária da UE, exercida pela Irlanda, tinham chegado a um acordo preliminar sobre a restrição de bónus para executivos, contudo, a proposta não deverá ser votada antes de abril.
Não há nada melhor do que começar quando há algo a fazer…
Ninguém tem dúvidas que “o que é demais é exagero”, nem que os exagerados salários que muitos executivos (e não só) auferem são injustificáveis, quanto mais não seja pela relação com o tempo de vida que todos tem, que não chega para usufruir de tanta nota…
Também ninguém tem dúvidas que quem paga estas exorbitâncias, são sempre os cidadãos anónimos, seja qual for a engenharia financeira…
Todos conhecemos o grau de respeito e de responsabilidades que estes senhores tem para com os seus países, fiscalmente falando, como mostram algumas mudanças recentes de nacionalidade, em França…
Todos desconfiamos que os offshores são os ninhos onde todos estes privilegiados põem os ovos…
Se o dinheiro é demais, se não tem tempo para o gozar, se não tem pátria e se fogem aos impostos, por que não?
Por cá, começa a haver autorregulação: Remuneração de Ricardo Salgado desce 31% para 552 mil euros em 2012

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