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terça-feira, 5 de março de 2013

Amigos virtuais, vantagens reais(?)…

Já aqui escrevi que o Facebook pode acabar com a sua carreira. E de facto, se passa os dias a escrever inconsequências sobre o patrão enquanto devia estar a trabalhar, a expor os segredos dos colegas para o mundo inteiro ver ou mesmo à procura de gatos fofinhos e cães abandonados enquanto os processos se acumulam na sua secretária, nada pode vir de bom do uso das redes sociais.
Joana Petiz
No entanto, se as usar com cabeça e método, as redes sociais podem tornar-se em aliadas valiosas para ir mais além na sua carreira ou mesmo para conseguir o novo emprego que anda a perseguir há tanto tempo. Só tem de planear os seus passos com cuidado e escolher bem os seus comentários. Escusado será dizer que deve dispensar fotografias suas em fato-de-banho e abster-se de fazer comentários suscetíveis de ferir sensibilidades. Se for preciso, crie uma página profissional e mantenha na outra os seus verdadeiros amigos – aqueles que podem, com um comentário sobre a sua última bebedeira ou uma fotografia comprometedora, arruinar toda e qualquer hipótese de ser levado a sério.
Com a sua nova página pronta – incluindo alguns comentários sensatos acerca de empresas relevantes, resultados profissionais que mereçam referência e links para verdadeiros génios da sua profissão –, comece por encontrar e pedir amizade a meia dúzia de executivos da empresa à qual quer chegar. A maioria das pessoas não escolhe realmente as amizades no Facebook, por isso é provável que pelo menos 2 ou 3 o aceitem logo – e as restantes devem seguir-se, quando virem que “conhece” outros seus amigos.
Quando se assegurar de que tem as pessoas certas entre os seus contactos, está na altura de começar a impressionar. O que quer que diga, não minta. Pode empolar um pouco situações que lhe tenham corrido bem, mas tentar convencer toda a gente que foi presidente de uma multinacional ou que é exímio em contabilidade quando nem sabe bem a tabuada são coisas que se viram contra si bem mais cedo do que imagina.
Vá distribuindo posts inteligentes que revelem as suas qualidades profissionais – recorde intervenções brilhantes num pitch ou numa conferência TED, qualquer coisa que faça transparecer aquilo que considera importante na forma de trabalhar e atingir objetivos. Peça a um ou dois amigos que comentem alguns dos seus posts, recordando uma situação profissional em que você foi particularmente brilhante a conquistar um cliente ou a solucionar um problema. Mas não exagere... Se você fosse tão perfeito como o pintam, provavelmente estaria a fazer outra coisa, em vez de estar confinado a um cubículo com pilhas de processos que ninguém quer a atulhar a sua secretária. E, muito importante, dispense os autoelogios – ninguém gosta de um gabarola.
Agora que a sua página no Facebook tem substância suficiente, ligue o chat e aborde um dos executivos da empresa em que adorava trabalhar. Lembre-se que, se tiver feito tudo devidamente, por esta altura, eles já acreditam que o conhecem, sabem aquilo que fez de melhor e estão preparados para juntar o seu valor acrescido à companhia.
Exponha a sua vontade de trabalhar ali, claramente e sem rodeios. Não se poupe no entusiasmo mas escolha motivos concretos para justificar a sua escolha. Inclua também as razões porque acredita que seria ótimo para a empresa. Mas mantenha a sua proposta simples e resumida àquilo que é realmente essencial. Lembre-se que está num chat e que o objetivo é apenas estabelecer o primeiro contacto.
Com uma entrevista marcada e os executivos influenciados pelos traços de personalidade que foi semeando na sua página do Facebook, só precisa de ser coerente com aquilo que foi escrevendo quando for à entrevista. O emprego já é quase seu. Só precisa de cumprir aquilo que prometeu. Ser fantástico no cargo que sempre desejou, na empresa em que sempre quis trabalhar. Não parece muito difícil, pois não?
Apesar de não ser grande fã das redes sociais uso o Facebook, mais para divulgar o blog (sem grande sucesso) e de quando em vez publico artigos sobre o fenómeno, apenas por pedagogia e sobreaviso.
Curiosamente, um dos artigos que postei aqui: Já que tem o vício do FB, tire o melhor proveito…, teve um sucesso tremendo, sobretudo no estrangeiro, que deu origem a uma chusma de comentários (bonitos, mas não sei se sinceros) de anónimos com links anexados, que se transformou numa vitrina de material para venda. Ao mesmo tempo, inverteu o número de visitantes por nacionalidades, relegando os portugueses, quase todos os dias, para o 2º grupo. Se por um lado foi bom (cresceu o número de visitantes), por outro foi mau, porque estou mais interessado em informar e consciencializar os meus compatriotas do que os suecos, mesmo não tendo nada contra eles, antes pelo contrário. Dito isto, resta-me agradecer aos visitantes e os comentários elogiosos…
E voltando ao tema, Facebook, em tempos chamava aqui a atenção dos incautos para eventuais armadilhas em que poderiam cair os utilizadores do FB: Amigos virtuais, perigos reais(?)… e hoje trago o reverso da medalha, que pode servir para orientar quem, nestes tempos, procura emprego ou melhor emprego, usando esta ferramenta que pelos vistos tem (pelo menos) dois gumes…
Aproveitem!

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