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domingo, 24 de março de 2013

A chantagem do MEDO assusta, mas não acobarda…

Governantes e 'troika' tentam chegar a acordo antes da reunião dos ministros das finanças europeus. De acordo com a imprensa, o acordo foi impedido por novas exigências apresentadas pelo FMI e um alto responsável cipriota salientou que “a representante do FMI apresenta novas exigências a cada meia hora”.
O governo do Chipre acordou com a 'troika' impor uma taxa de 4% a 20% sobre os depósitos bancários superiores a 100 mil euros. O objetivo deste chamado “plano B”, é reunir entre 5.800 milhões e 7.000 milhões de euros que a troika e os credores internacionais exigem para a concessão de um plano de resgate de 10.000 milhões de euros.
O chefe da Igreja Ortodoxa do Chipre, o arcebispo Chrysostomos II, declarou-se a favor da saída do seu país da zona euro. "Com tal comportamento, o euro não se pode manter. Não estou a dizer que vai colapsar amanhã, mas com os cérebros que estão em Bruxelas, é certo que a longo termo não se manterá. O melhor é refletir sobre os meios para sair", afirmou o arcebispo.
O religioso disse que não é fácil, mas também é preciso lembrar como se processou a entrada do Chipre na zona euro e quanto tempo foi gasto para tal.
Na quarta-feira, Crysostomos II ofereceu-se para ajudar o país a sair da crise financeira, colocando os bens da instituição à disposição do Governo e confirmou que a sua oferta de hipotecar os bens da Igreja para libertar recursos para o Estado continuar em vigor.
O aparecimento de grupos de interesse na vida política alemã que defendem a saída de euro e a intransigência da chanceler Angela Merkel na questão da crise da zona de euro leva João Duque a concluir que os alemães começam a fartar-se dos problemas da zona euro. 
No que toca à questão cipriota, o economista acredita que há a possibilidade de este país sair do euro. E isso pode levar a um efeito dominó. 
A saída do Chipre “seria uma experiência”, que, se bem-sucedida poderia tentar outros países a segui-los. “Provoca um choque. Mas basta o primeiro atirar-se”, referiu. Contudo, entre saídas teríamos de esperar mais de um ano, acredita.
Para Portugal, a saída cipriota poderia ser custosa, pelo que considera que o debate em Portugal acerca da saída do euro “deve começar a fazer-se”, mas, para já, no plano técnico. “Há um risco quando essa discussão se começa a fazer institucionalmente”, sendo que as pessoas pensam: “Se eles discutem é porque vai acontecer”.  Sair do euro e ganhar soberania monetária, poderia ser bom, mas o presidente do ISEG deixa outra metáfora. “Prefiro estar dentro do avião, do que cá fora de paraquedas”, considera.
Mesmo conhecendo-se a leviandade comportamental dos ministros das finanças do Eurogrupo, que decidiram em primeira instância assaltar os depósitos dos aforradores, como garantia de um fundo para o empréstimo necessário para encher (mais uma vez) os cofres vazios dos bancos cipriotas (desta vez à custa de ricaços russos e de pequenos depositantes nacionais), que impediam (como nos países resgatados) pagar os juros das dívidas e as dívidas, o Parlamento cipriota rejeitou essas condições, para mais tarde as aceitar, com retoques, a que chamaram “Plano B”. B de Bancarrota? Ou B de Banca rota?
E enquanto as mentes mais brilhantes aceitam, já subconscientemente, que os contribuintes paguem as dívidas da Banca corrupta nos respetivos países, através das chamadas “medidas de austeridade” (já não vale a pena elencá-las), para já são unânimes na rejeição deste assalto direto e líquido às poupanças do cidadão comum, que gera medos, sem sequer pensarem no julgamento dos responsáveis diretos dos gestores dos respetivos bancos…
O medo deles, é a propagação do medo aos depositantes de outros países (mais dos países resgatados), o que mostraria a falta de “papel” nos cofres dos bancos, provando, à vista desarmada, que andaram a “emprestar” mais do que o valor dos depósitos e confirmando o poder de “imprimirem” dinheiro falso… O medo deles pode também vir de um pressentimento que ponha em risco os seus próprios aforros, por terem (seguramente) mais de 100.000 euros, fruto do suor do trabalho das suas vidas…
Mas a troika e sobretudo o FMI, insistem na estratégia, empurrando contra a parede o Chipre, mesmo sabendo que as repercussões serão piores para o Euro e o Eurogrupo do que para o Chipre, mas o precipício, às vezes é o fim do caminho, de quem é perseguido e de quem o empurra.
Entretanto, os Manifestantes queimam bandeira da UE junto ao Parlamento do Chipre e contra a vontade e a responsabilidade solidária dos países da UE, os “Cipriotas preferem os russos à Comissão Europeia", o que pode levar a pensar os “irmãos” europeus a desistirem da chantagem, por razões económicas e financeiras, mas também por razões geoestratégicas…
No meio desta novela surrealista, é já a Igreja Ortodoxa a dispor da sua riqueza para evitar o inferno na terra e a colocar-se à frente das hostes que pretendem restaurar a soberania do país, declarando-se a favor da saída do Euro. Pois claro!
E por cá? Para além de João Ferreira do Amaral, alguns outros técnicos começam a pensar que Portugal deverá sair do Euro (ou será empurrado), para além de outros especialistas estrangeiros, vem agora João Duque levantar a questão, confirmando, como ele diz, que: “Se eles discutem é porque vai acontecer” e que já nem à Grécia nos comparam…
É pena, para estarmos informados e avisados para o (in)evitável, que houvesse estudos credíveis e não meros palpites (com números contraditórios e consequências apocalíticas) que expusessem e pusessem os 2 pesos na balança, porque está chegando o tempo de vivermos sem (mais) medo…
Es tiempo de vivir sin miedo. (legendado)

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