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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Pela 5ª vez o plano da troika vai ser avaliado pela troika

Uma missão de técnicos da troika começa na terça-feira a fazer a 5ª revisão do programa de assistência económica e financeira a Portugal. Esta revisão reveste-se de importância acrescida, porque o Governo já reconheceu que não será possível cumprir a meta orçamental para este ano (4,5% do PIB), devido a um desvio nas receitas fiscais.
A troika poderá aceitar rever as metas do défice e é pouco provável que imponha novas medidas de austeridade, disseram vários economistas.
Álvaro Santos Almeida, professor da Faculdade de Economia do Porto
“Aquilo que resultou da última revisão é que a troika estaria disponível para acomodar o efeito dos estabilizadores automáticos, ou seja, a redução na receita resultante de a actividade económica ser pior do que o previsto seria acomodado. A aplicarem esse princípio, haveria algum ajustamento na meta do défice.”
José Reis, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
“O que se deveria passar era que a troika e o Governo, por uma vez e definitivamente, entendessem que colocaram Portugal assim como outros países num caminho sem solução e sem resultados. O cenário de mais austeridade, mais punição, mais morte da economia, mais retirar de capacidades a todos os que intervêm na sociedade, não é possível.
É óbvio que a posição do Governo tem sido de uma inacção e de uma complacência que eu acho profundamente irresponsável. É a síndrome do bom aluno, é um bom aluno que corre para o precipício.”
Nuno de Sousa Pereira, presidente da direcção da Escola de Gestão do Porto
“Mais austeridade será uma hipótese muito remota e contraproducente e apenas iria agravar o problema. Outra alternativa é encontrar um conjunto de receitas extraordinárias que a ‘troika’ aceite para cumprir o défice. As duas alternativas em cima da mesa serão um défice mais elevado ou a identificação de receitas extraordinárias, que permitam que a meta orçamental seja alcançada.
Uma hipótese que tem de estar em cima da mesa e não tem sido abordada é uma diminuição dos encargos inerentes ao financiamento de que beneficiamos da ‘troika’ e é porque em alguns domínios as medidas não estão a ter os impactos esperados e a situação económica tem-se vindo a agravar.”
Filipe Garcia, presidente da Informação de Mercados Financeiros
“Não, não vamos cumprir o défice traçado para este ano, mas considero que estar a introduzir medidas de austeridade de ‘calçadeira’ para atingir exactamente os 4,5% do PIB no final de 2012 não é uma grande opção, quer a nível social e político.
Este é o momento para pedir mais tempo”.
Manuel Caldeira Cabral, professor de economia da Universidade do Minho
“A troika poderá, provavelmente, deixar chegar o défice próximo dos 6%, mas não o quererá acima dos 6%, o que significa que o Governo vai ter de tomar medidas adicionais ainda para este ano, mas neste momento não é desejável. Nesse sentido, o Governo terá de apresentar para o próximo ano alternativas para compensar a não descida de salários e alternativas que expliquem como passa de um défice de 6% para 2 ou 3% em 2013”.
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defendeu que, se a troika estivesse interessada em “ajudar aqueles que precisam”, o que devia era “pedir desculpas” pelo “roubo organizado que está a fazer ao país e aos trabalhadores portugueses”.
Paul Singer, CEO da Elliott Management, alerta que dinheiro falso e gastos públicos devem desestabilizar economia do continente. No caso, esse tipo de política ocorre na Europa, através do programa de recompra de títulos de dívida do BCE e nos Estados Unidos, com o programa de estímulos quantitativos do Federal Reserve, o Quantative Easing
Euro era uma má ideia desde o princípio
Singer acredita ainda que a situação da Europa tem sido encarada da forma errada e precisa ser corrigida o mais rapidamente possível. "Não tem como voltar ao status quo anterior, mas embora acreditemos que o Euro foi uma má ideia desde o princípio, temos que começar a julgá-lo agora", afirma. Para ele, a Zona do Euro só funcionará perfeitamente se a união monetária também for soberana. "Sem soberania combinada, o resultado será 17 países separados e diferentes. Neles, vai haver confusão e dor para os cidadãos, com ressentimento popular tanto nos países que dão como nos que recebem os pacotes de ajuda", alerta Singer. O sentimento antialemão já é forte na Grécia, enquanto muitos alemães sentem estar a sustentar, de alguma forma, os outros países da Zona do Euro. 
Com isso, é natural surgirem "respostas" nacionais às políticas de austeridade que são promovidas pela Alemanha no continente. Singer salienta que esse é o caso da França, onde o presidente François Hollande foi eleito com a promessa de criar um pacto de crescimento. Na opinião do gestor, isso provavelmente não dará certo. 
A Alemanha tem lutado para a manutenção do Euro, mas a região possui um equilíbrio instável, na avaliação de Singer. "Se a Grécia sair da Zona do Euro, é muito difícil que os outros 16 países também continuem no bloco, as possibilidades são ínfimas", afirma o gestor. 
Em primeiro lugar, estes nomes não costumam ser requisitados para dar opinião sobre os assuntos que mais dominam e nos dominam, provavelmente porque tem opiniões diferentes dos fiéis da IURP – Igreja Universal do Reino do Pontal – que dizem em coro com os seus bispos: “nem mais tempo, nem mais dinheiro” . E até poderá haver razões para os afastar dos púlpitos televisivos, de onde os acólitos oficiais e oficiosos fazem ecos das palavras da hierarquia, baseados na lei da gravidade…
Os economistas convidados a opinaram são unânimes em 3 coisas: 1) mais austeridade é impossível; 2) mais tempo é imprescindível: 3) flexibilizar a meta do défice é plausível. Há uma opinião que sugere o abaixamento das taxas do empréstimo (querias!).
Percebe-se que, depois do desastre que alguns deles previram e anunciaram, nenhum tem soluções concretas e vão-se conformando com a inevitabilidade de estarmos nas mãos dos nossos carrascos...
Tendo em conta que o plano de “salvação nacional” foi desenhado (rigorosamente) pela troika e seguido (cegamente) pelo governo, este só pode responsabilizar os autores e estes só podem confessar os pecados cometidos e penitenciarem-se por isso. Honestamente!
Entretanto, quem foi assaltado (discriminatoriamente) foi o povo, que tem direito a um pedido de desculpas pelos génios que nos saíram na rifa, assim como do governo, que nos disse que o plano da troika seria o deles e até foram mais longe e o resultado foi aquilo que se viu…
E se esta “exigência” vem de um defensor dos trabalhadores, um defensor dos investidores não diz coisa melhor, por razões diferentes, é certo, mas em resultado dos resultados…
Donde se pode concluir que, para além deste governo da Alemanha e da “Madrinha”, da troika e do nosso governo, ninguém mais acredita no remédio que nos deram e mesmo sabendo que está fora de prazo insistem na sua administração, mas principalmente numa experiência laboratorial, que deveria começar com os “ratos”… Qualquer profissional é criminalmente responsável pelos acidentes ou estragos derivados das más soluções implementadas…
Resumindo, como a troika vem avaliar o seu próprio plano, vai dizer maravilhas, dar um Excelente à “sumidade” de Gaspar, à “coragem” de Passos e à “eficácia” do governo, por terem conseguido atingir as metas ocultas que tinha traçado… Aposto!
E o mexilhão continuará a ser “batido” pelas ondas…

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