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segunda-feira, 26 de março de 2012

BRICS não são bricks (tijolos), são países emergentes!

Na Cimeira dos países do grupo BRICS, que se realizará nos dias 28 e 29, em Nova Deli, os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) vão discutir a ajuda económica aos países pobres, além das questões referentes ao comércio internacional, à segurança energética e à possibilidade da assinatura de um documento que permitirá transações bilaterais através de moedas nacionais dos respectivos países do grupo.
O assessor presidencial da Rússia, Arkady Dvorkovich ressaltou a importância do tema do fornecimento de ajuda económica aos países mais pobres no âmbito dos Objetivos do Milénio fixados pela ONU para serem vencidos até 2015 e referentes à erradicação da extrema pobreza e da fome.
“Existem planos concretos para promover o desenvolvimento global de cada um dos nossos países”, disse ainda Dvorkovich, ressaltando a importância da reunião de Cimeira dos BRICS. "A Índia e vários outros parceiros apresentaram a ideia do Banco de Desenvolvimento ‘Sul-Sul’ sob a direção dos BRICS. As opções para a criação desse banco estão a ser discutidas. Ainda não estão claras as condições de criação desse banco", afirmou o assessor. Lembrou também que a Rússia entrou para a Organização Mundial do Comércio (OMC) e, portanto, vai participar nas negociações deste ano como parte de pleno direito.
A primeira cimeira destes países emergentes foi realizada em junho de 2009 em Ekaterinburgo, na Rússia, e a segunda em abril de 2010 em Brasília. A última reunião da cimeira aconteceu na China, na ilha de Hainan, em abril de 2011.
Para quem leu o primeiro post de hoje Os pobres podem salvar o mundo?, ficou com a esperança de que os países pobres emergentes fossem a salvação para a decadência dos países ricos, pelos argumentos macroeconomicistas apresentados. Só que, quem escreveu o ensaio esqueceu-se que pobre não é burro, que nos países pobres tem gente inteligente e que também gostam do seu umbigo, até porque é seu. Daí a associação de interesses e de objetivos, que passa primeiro pelos seus concidadãos e depois é que vem os outros, tática usada desde sempre pelos países ricos.
Sabendo-se que o Banco Mundial tem por missão a ajuda ao desenvolvimento dos países pobres e dada a sua ineficácia, estratégica ou não, os BRICS (mais uma sigla em inglês, e como outras, rondando o pejorativo) juntaram-se para criar o seu próprio Banco de Desenvolvimento ‘Sul-Sul’, porque esperar sentado também cansa, não saem do lugar e ficam a dever favores a quem pouco faz.
Mas para além da ajuda económica aos países pobres, pretendem tratar de questões sobre o comércio internacional, a segurança energética e a possibilidade de efetuarem transações bilaterais nas moedas nacionais dos respectivos países do grupo, o que criará um outro polo político/financeiro, para entrar no jogo com os que já estão a disputar, há tempo demais, o campeonato da “1º divisão”, o que poderá ser um bom presságio, nem que seja como equipa de arbitragem…
Afinal, BRICS não são bricks, e há tijolos e tijolos…

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