Segundo o jornal espanhol El Pais, a crise acrescentou 30.000.000 de europeus às estatísticas dos que vivem no limite entre a classe média e a pobreza. Em 2007, eram 85.000.000 de pessoas, 17% da população da região no limite da pobreza. Em 2009, o número saltou para 115.000.000 (23%), quase 2 vezes a população da França (65 milhões de pessoas). Os números devem ser ainda piores, porque não contabilizam os efeitos da piora da crise no ano passado.
Na Europa, uma pessoa é considerada de classe média quando possui um rendimento mínimo de 7.980 euros anuais ou 665 euros por mês.
Tenho um alerta da Google para as notícias sobre a pobreza, que ciclicamente perpassam pelo Brasil (com planos e atos), por Angola (com preocupação e boas intenções), por Portugal (com painéis e discursos) e de vez em quando pela Europa (mais sobre a Grécia) e pela ONU (com Relatórios e lágrimas de crocodilo)…
Desta vez, as notícias sobre a pobreza na Europa, baseadas num artigo do “El Pais”, apenas viu a luz do dia em jornais brasileiros, o que não deixa de ser entendido, no mínimo, como esconder o lixo debaixo do tapete.
De destacar, desde logo, que os dados disponíveis para a Europa se referem a 2007, com 85.000.000 cidadãos no limiar da pobreza e a 2009 com 115.000.000, mais 30.000.000 (de pessoas).
Tendo em conta que a atual crise estalou em 2008 e que no primeiro ano a percentagem da pobreza aumentou 6%, se entrarmos com os números de cidadãos europeus no limiar da pobreza, em 2010 e 2011, os piores anos para a classe média, mesmo sem dados sérios, podemos desconfiar que tudo piorou exponencialmente. Mas se projetarmos 2012, em que as piores medidas já foram implementadas, piorando ainda mais (se é possível) o nível de vida e a repartição da riqueza (no caso dos sacrifícios), não demorará muito, se não atingimos já, aos 50%.
Perante este cenário, só nos cabe expressar uma preocupação, que se resume à acomodação e à inércia dos 99% de massacrados, por 1% de algozes, que por ironia do destino são escolhidos pelas próprias vítimas…
Convém sublinhar, que os pobres de antes continuam pobres e os novos pobres são pessoas como nós, da classe média (ainda) alta, média e baixa, que descerão em breve ao inferno da carência do essencial. Por isso o mais inexplicável e incompreensível é ouvir muitos dos espoliados (da classe média) defenderem com unhas, dentes e muita fé, este caminho que nos leva, A TODOS, ao abismo da pobreza, que não terá retorno nas próximas décadas…
Se quiser ler na totalidade a matéria aqui sucintamente descrita: Como a pobreza ganhou terreno nas classes médias
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