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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Ouvi o que vos digo, perdoai-me aquilo que (fiz) faço!

Na sua mensagem de Ano Novo, o Presidente da República considerou que a resolução das dificuldades nacionais exige, além de rigor orçamental, uma agenda para o crescimento e emprego, sem a qual “a situação social poderá tornar-se insustentável”.
Cavaco Silva apelou ao “diálogo construtivo entre o Governo e a oposição” e ao “aprofundamento da concertação social”, alertando para a necessidade de preservação da “coesão nacional” e da “coesão social”.
Já toda a gente perdeu tempo a analisar(?) a “mensagem” do PR, que mesmo tendo em consideração que é a autoridade máxima da hierarquia política nacional, não lhe atribui outras características da personalidade do cidadão Cavaco Silva, que nem vale a pena relembrar.
Quando o PR (economista) pede rigor orçamental (presume-se que ao governo), depois de ter constatado a falta de rigor contabilístico (tantos buracos) e de ter criticado, veementemente, os critérios de distribuição dos sacrifícios no OE2012 e o promulga, sem sequer consultar o Tribunal Constitucional, está com problemas de memória, no mínimo…
Quando o PR vem apelar (ao governo, logicamente) a uma agenda para o crescimento e emprego, quando no OE2012 nada consta sobre o assunto e se esquece de que o PM disse que temos que empobrecer e que a Banca já negou essa colaboração, está atrasado na oportunidade da sua magistratura de influência, por problemas de memória, no mínimo…
Quando o PR prevê que como as coisas estão gizadas (pelo governo) a situação social poderá tornar-se insustentável e tendo-se demitido de influenciar o (seu) governo para não tomar as medidas cegas que tomou, está a ser corresponsável por essa insustentabilidade social, que sacode para o executivo e os partidos que o apoiam, esquecendo-se que ratificou o OE2012, por problemas de memória, no mínimo…
Quando o PR apela ao diálogo construtivo entre o Governo e a oposição, está a desejar o impossível, a unanimidade dos partidos em democracia, para poder lavar as mãos, no limbo de 2012 e os mais anos que se seguirão (20?)…
Quando o PR apela ao aprofundamento da concertação social está a desejar outra impossibilidade, a aliança e a concordância entre empregadores e empregados, esquecendo-se que todas as medidas propostas à concertação tem sido impostas unilateralmente pelo governo e promulgadas por ele…
Quando o PR fala na necessidade de preservação da coesão nacional, está a desejar que ao lema: “Uma maioria, um governo, um Presidente “, se acrescente “e um POVO”, que ele sabe que não sendo responsável pelas dívidas está a ser chamado a pagá-las e que não são dele (POVO) e que por isso ameaçam a paz social, por ser de uma enorme injustiça…
Quando o PR se refere à coesão social, está a apelar à aceitação da injustiça das medidas, ao silêncio resignado e à desistência da contestação, mesmo que a pobreza alastre (entre o POVO), enquanto os detentores de cargos públicos, empresários e trabalhadores privados e de algumas empresas estatais tenham sido ilibados da culpa e dispensados de colaborarem na comparticipação dos sacrifícios para a redenção do país…
Era bonito e simbólico que o PR prescindisse do subsídio de férias e de Natal, fazendo corar de vergonha todos os nacionalistas que se auto excluíram, por desígnio do divino…
E até parece que o PR confundiu a mensagem de Natal com a da Pascoa, porque não é a hora da imolação dos cordeiros, mas da apologia das vaquinhas e dos burros, com alguns reis que oferecem umas minudências…
Quem quiser ver a lista das desgraças:
Veja a lista das principais medidas de austeridade deste ano, compiladas pela agência Lusa:
Administração Pública; Subsídio de Desemprego; Pensões; Legislação Laboral; Saúde; Educação; Impostos (IRS, IRC, IVA); Tributação da Eletricidade; Bebidas; Tabaco; Automóvel; Mais-valias, Juros e Dividendos; IMI.
O PSD assinalou a preocupação de Cavaco Silva com a “equidade na repartição dos sacrifícios”, ao passo que o CDS notou a referência à “ética social na austeridade” do chefe de Estado.
Não são os partidos da coligação que estão com o PR, é o PR que está com os partidos do governo. E foi pena, muita pena terem-se marimbado nos conselhos “ameaçadores” do PR e não se terem incluído nos excluídos dos subsídios de férias e de Natal!
O PS sublinhou que "O essencial da mensagem de Ano Novo do Presidente da República é partilhado pelo PS. Há vários meses que o líder do Partido Socialista tem vindo a defender a criação de uma agenda para o crescimento e para o emprego. Só o Governo não compreendeu essa necessidade", afirmou o secretariado nacional do PS.
Foi pena terem-se marimbado nas suas convicções e terem-se abstido no OE2012 e não se terem incluído nos excluídos dos subsídios de férias e de Natal!
Reagindo à mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva, os comunistas entendem que o chefe de Estado “se coloca ao lado do pacto de agressão”.
Só foi pena não se terem incluído nos excluídos dos subsídios de férias e de Natal!
O BE acusou o Presidente da República de  ser "incongruente" e de "jogar com as palavras", afirmando que "não se pode  apoiar a política da recessão e dizer que é preciso cuidado porque vem aí  uma recessão".
Só foi pena não se terem incluído nos excluídos dos subsídios de férias e de Natal!
O bispo do Porto, Manuel Clemente, alertou hoje para uma "tremenda tragédia social" caso a instituição familiar venha a sofrer retrocessos devido à crise e apelou à planificação da sociedade e do trabalho em torno da família.
Gosto de D. Clemente, mas noto que as entrevistas adoçadas nos media não coincidem com a acidez dos sermões…
A tremenda tragédia social já está aí e a Igreja tem sido testemunha acusatória.
É claro que a “família” vai sofrer alterações, aceleradas pelas circunstâncias e pelas razões que “assustam” o PR

2 comentários:

  1. Caro Miguel
    Parabéns pelos comentários.Estou completamente de acordo. Esta gente não tem mesmo um pingo de vergonha!

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  2. maria
    A minha é mais uma opinião publicada, que não acrescenta nada a qualquer análise do PR, por ser sempre previsível nos seus avisos e nas sua incoerências.

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