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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O Governo de Espanha quer saber qual é a remuneração fixa e variável dos gestores das caixas de aforro que estão sob intervenção do Estado, para que os executivos não sejam premiados pelas instituições estando estas a receber ajudas públicas.
O executivo vai pedir as informações ao Banco de Espanha, depois de alguns administradores terem negado declarar quanto ganham anualmente.
A intenção do Governo é tomar medidas para que os responsáveis executivos das instituições financeiras resgatadas pelo Estado não recebam prémios, quando as dificuldades financeiras motivaram um resgate ao programa público de reestruturação do sector.
Alguns gestores tornaram públicos os seus vencimentos na semana passada. Eram obrigados a fazê-lo até dia 30 de Dezembro último, assim como a especificar eventuais pensões, empréstimos ou remunerações próprias. A determinação do supervisor bancário não foi cumprida por todos os administradores; alguns negaram divulgar os rendimentos socorrendo-se da Lei da Protecção de Dados espanhola.
Um raio X feito pelo jornal El Mundo mostra que os rendimentos conhecidos até agora – fazendo as contas apenas aos salários fixos – variam entre 45 mil euros anuais e 2,4 milhões de euros, sendo que a maioria ronda entre 1.000.000 e 2.000.000 de euros.

O recentemente empossado Governo de Espanha, vindo da oposição, como o nosso, pelos vistos não sabia o que se passava com as remunerações fixas e variáveis dos gestores das caixas de aforro sob intervenção do Estado, que é o mesmo que dizer que não estava preparado, nem tinha bases sólidas para a contestação que fazia, vai pedir essas informações ao BdE.
Sintomaticamente, alguns desses administradores negaram declarar quanto ganham anualmente, mesmo sendo obrigatório e com data limite, um sinal dos tempos, de que o poder financeiro ainda pensa sobrepor-se ao poder político, enquanto for viável e consentido…
Parece que o Governo espanhol quer tomar medidas para que esses responsáveis executivos não recebam prémios, quando as dificuldades financeiras motivaram um resgate ao programa público de reestruturação do setor, o que sendo uma questão de justiça, dentro dos critérios da apregoada meritocracia, tem uma força simbólica, que pode “convencer” e “consolar”, até certo ponto, os cidadãos anónimos sacrificados por arrasto, pelas medidas de austeridade, “chapa 3”, apesar das diferenças com as que nos foram impostas…
Tendo em conta que os salários fixos em Espanha dos gestores da banca variam entre 45 mil euros anuais e 2,4 milhões e que em Portugal as dos executivos da CGD (como exemplo) variam entre 269.624,32 euros anuais e 188.742,40 euros (depois de cortes feitos), é de sublinhar a simbologia da medida, que se acrescentar uma medida idêntica e recente em Singapura: Comité recomenda cortes salariais massivos, fruto de pressão dos cidadãos.
Era bom que este critério de responder aos pedidos justos dos pagadores da crise, fosse estendida a todos os cidadãos, que integram uma sociedade, um país, para que se interiorizasse que “o exemplo não é a melhor forma de educar, mas é a única”, em qualquer circunstância, em qualquer área e em qualquer patamar…

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