Estudo concluiu que está a acontecer um abandono gradual.
O estudo é de uma empresa especializada em tecnologias de informação, a Gartner, e ouviu 6.300 pessoas com idades entre os 13 e os 74 anos, de 11 países. No final os investigadores concluíram que os cibernautas estão a ficar cansados da fórmula das redes sociais.
31% dos inquiridos admitem que já não usam o Facebook, o Twitter ou o Orkut com a mesma intensidade que no início. "O que este estudo vem mostrar são sinais de cansaço, especialmente junto dos utilizadores mais antigos", explicou o responsável pelo estudo, Brian Blau.
A maioria dos entrevistados apontou o perigo da exposição da sua privacidade como o factor que mais tem pesado no abandono gradual das redes sociais. No segundo lugar da lista aparece a "superficialidade dos comentários" deixados por outros utilizadores da mesma rede social. A terceira razão mais invocada pelos inquiridos é a possibilidade de os seus contactos ficarem "a saber demasiado" das suas vidas.
Brian Blau, que coordenou a investigação, sublinha que o facto de 31% dos utilizadores confessarem cansaço só revela que as empresas responsáveis pelas redes sociais têm de estar atentas. "Vão precisar de inovar e variar para manter a atenção do consumidor", avisa o responsável, acrescentando que a nova geração de consumidores é "incansável e tem uma janela curta de atenção, o que exige grandes doses de criatividade para se conseguir um impacto significativo".
Veicular pelo Facebook a informação de que o apetite pelas redes sociais está a diminuir, quando o próprio a utiliza, sem muita exposição e com fins restritos, é usar o “cavalo de Tróia”, sem intenções de atacar a fortaleza…
Para quem se fez blogueiro, no tempo em que as redes sociais não estavam tão divulgadas, não eram tão facilmente usufruídas e por isso não tinham tanta adesão, começa a notar uma redução de leitores de blogues, seguramente pela facilidade de manuseamento e pela “interação” que permite estabelecer-se.
Para quem não é “apanhado” pelas redes, entende perfeitamente o resultado saído deste estudo, que se resume à exposição da privacidade, à abertura da sua vida aos contactos estabelecidos, mas sobretudo à superficialidade dos comentários dos outros utilizadores, que deve cansar quem escreve, mas sobretudo quem lê. E penso que este último argumento será o que maior força tem para o cansaço anunciado, já que quanto à exposição cada um só mostra o que quer…
O estudo (de mercado) podia levar a outros resultados, se se quisesse saber da utilidade, vantagem e consequências das redes na vida pessoal, a vários níveis e áreas, que tem, mas limitou-se a medir a frequência e concluiu com o cansaço. E no seguimento, aconselha as empresas responsáveis pelas redes sociais a estarem atentas, renovarem a motivação dos fatigados, mesmo que seja para manter todos os “inconvenientes” descobertos.
Sem querer alterar os comportamentos de ninguém, há no entanto outros “perigos” no uso das redes, que podemos encontrar neste outro artigo, anterior e mais empírico.
Quem se vai manifestar nas redes sociais não deve agir por impulso. "Em qualquer media virtual, se 20 pessoas replicarem uma informação sua, ela será distribuída para 8.000 pessoas. É como pólvora", diz o professor Gil Giardelli. "As empresas olham o que você coloca na rede e há até o risco de perder o emprego. A reputação é a moeda do século XXI e isso serve para trabalho, namorada e amigos."
Para a professora Rosa Maria Farah, tudo depende da maturidade emocional do internauta e do conhecimento que ele tem das ferramentas. "Ele pode achar que está a falar para um grupo, quando uma comunidade inteira tem acesso às informações." Caso se arrependa do que disse, até pode apagar o que escreveu, mas já terá perdido controlo da informação.
"Diariamente, são levantados processos na Justiça que têm como prova o que está nas redes sociais", afirma o advogado Leandro Bissoli, especializado em direito digital, em que os problemas mais comuns são o uso indevido de imagens e os crimes contra a honra, como a difamação.
"As pessoas acabam por produzir provas contra elas próprias", diz. Há casos de pessoas que alegam problemas de saúde para se afastar do trabalho, mas postam fotos de viagens na rede. E há funcionários que acabam por registar situações no trabalho, que podem levar à demissão por justa causa.
E por isso, convém estar atento e não navegar sem bússola, para não cair nas próprias redes.
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