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terça-feira, 14 de junho de 2011

A insustentável falácia das PENSÕES e dos subsídios!

A crise do mercado laboral em Espanha levou a que, por cada 3 trabalhadores a descontar para a Segurança Social, haja 2 pessoas que recebem subsídios de desemprego ou pensão, segundo um estudo hoje divulgado pela AGETT, a patronal de grandes empresas de trabalho temporário, referindo que a crise está a reduzir o número de trabalhadores ativos e a aumentar os desempregados.
Uma situação que, juntamente com o envelhecimento da população, está a deteriorar "consideravelmente" o sistema de bem-estar em Espanha.
Desde o início da crise, em 2007, a "taxa de apoio do sistema de bem-estar (número de trabalhadores que desconta por cada recetor de pensões ou subsídios de desemprego) caiu drasticamente", refere o relatório.
Em 2007 havia quase dois trabalhadores por cada recetor (1,88), valor que caiu para 1,78 em 2008, 1,54 em 2009 e 1,45 em 2010, atingindo o valor atual de 1,44, o que equivale a 2 recetores por cada 3 trabalhadores.
O relatório refere que a situação se tornará "insustentável" a curto e médio prazo se ocorrer o caso de haver mais pessoas a receber subsídios e pensões do que trabalhadores a descontar, situação que só se pode evitar com a criação de emprego e o aumento da base da população trabalhadora.
O estudo antecipa, para os próximos meses, uma ligeira recuperação do número de trabalhadores, ainda que prevendo que o desemprego continuará elevado.
Apesar de o estudo ser de uma instituição patronal, traz diferença na análise, já que se refere às grandes empresas de trabalho temporário, que vêem o seu negócio a andar para trás, por não colocarem os seus “clientes” no mercado de trabalho. Mas mesmo assim, partem de pressupostos errados, que são os paradigmas ecoados pelas economias ocidentais (de mercado).
Quando se diz que há 3 trabalhadores a descontar para a Segurança Social e há 2 pessoas que recebem subsídios de desemprego ou pensão estão a esquecer-se do mais importante e que é: as 2 pessoas, enquanto trabalharam, já descontaram para estas situações. E os atuais trabalhadores não estão a descontar para si? Então estão a descontar para que e para quem? Já sabemos que a falácia está precisamente no convencimento de que os descontos dos de agora serem para os que descontaram antes… Mas é melhor enganarem o ceguinho, porque a desculpa é mais do que estúpida! Onde gastaram o montante desses descontos?
E no seguimento do que disse acima, não deixa de ser curiosa e manipuladora a definição de “a taxa de apoio do SISTEMA DE BEM-ESTAR, que para os “artistas das falácias” corresponde ao número de trabalhadores que desconta, por cada recetor de pensões ou subsídios de desemprego. Onde gastaram o montante dos descontos feito por cada pessoa durante o período ativo?
Claro que, nesta perspetiva, que é a visão reinante dos governos ocidentais, esta situação se tornará insustentável a curto e médio prazo se ocorrer o caso de haver mais pessoas a receber subsídios e pensões do que trabalhadores a descontar. Jacques de la Palisse! Vai daí, se a AGETT fosse uma associação de patrões empreendedores, não diria que só se pode evitar a situação com a criação de emprego, diria antes, que é preciso aumentar a idade de reforma (continuando a descontar para ela), de preferência até 2, ou 3 anos antes de morrermos e mantermos os atuais descontos durante toda a vida de trabalho. É fácil de perceber, que “alguém” desviou os descontos que fizemos e que aos que agora estão no ativo estão a roubar-lhes esses descontos, dos quais não vão beneficiar.
Não querem pagar reformas? Não saquem os descontos! O negócio não dá? E dá para os PPR que os privados fazem?
A notícia vem de Espanha, mas podem mudar o nome do país, porque o paleio é o mesmo…
Foto recebida por mail

2 comentários:

  1. Colocou o dedo na ferida, Miguel!
    Até parece que quem trabalhou não fez os descontos (impostos pelo Estado) que lhe dariam o acesso à reforma.
    Andaram a desbaratar esse dinheiro e, agora, querem fazer passar os reformados por um bando de malfeitores que vivem à custa de quem trabalha. Como se eles não tivessem trabalhado, e descontado, durante cerca de 40 anos de vida.

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  2. Elisabete
    Devolvendo o elogio, embora não tenha muita confiança consigo, diria que é das poucas pessoas espertas, que compreende o óbvio, porque a maioria dos cidadãos está mesmo convencida que são os ativos que estão a pagar para os aposentados e subsidiados.
    Até agora e pela parte que me toca, só descontei, penso que para mim... Conheço os "argumentos" dos "jumentos", que não dá para toda a vida e blá, blá, blá, mas era mais fácil aumentar os descontos do que o tempo de trabalho.
    Já vai ser difícil para os professores aguentarem até aos 65/67 anos, mas já imaginou um polícia? Vai ser bons para os ladrões, mas como isto está, já está bom para eles...
    Abraço

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