Projecto de identificação genética em Granada já devolveu 250 crianças às famílias, 13 no Haiti.
Pelo menos 25.000 crianças são levadas todos os anos de cenários de catástrofe natural para redes de prostituição ou adopção ilegal, entre outros crimes.
Em Teresópolis terão ficado desalojadas mais de 2.800 crianças, o que reforçou o alerta para a defesa dos direitos das crianças. Em situações de emergência, o rapto de crianças tende a disparar.
Jose Lorente, responsável pelo DNA-PROKIDS - projecto que em 2004 fez da genética uma arma de combate ao tráfico humano - ajuda a traçar um cenário conhecido mas pouco documentado. Segundo as estimativas globais das Nações Unidas, todos os anos são traficadas entre 250.000 e 800.000 crianças. "Pelo menos 10% são situações facilmente associadas a desastres naturais", sublinha o responsável. Das pelo menos 25.000 crianças que todos os anos desaparecem nestas circunstâncias, será uma minoria as que acabam em situações de adopção ilegal, alerta o especialista. "A maioria entra em esquemas de escravatura ou exploração sexual. Isto acontece sobretudo em sítios onde antes dos desastres já havia redes de tráfico. Mexem-se depressa e chegam às crianças antes de haver uma protecção das autoridades ou o reencontro com as famílias."
O programa está neste momento em expansão para os Estados Unidos através de uma parceria com a Universidade do Norte do Texas. O objectivo é despistar casos de tráfico mas também prevenir adopções ilegais. "Os traficantes e as pessoas que planeiam este tipo de adopções devem passar a estar conscientes de que o ADN consegue descobrir os seus crimes", resume.
O problema não está restrito aos países pobres e, no caso da adopção ilegal e do tráfico sexual, tem muitas vezes como destino os EUA e a Europa, diz Lorente. Em 2008, um estudo promovido pela Shared Hope International estudou o crescimento da indústria sexual em Baton Rouge depois do furacão Katrina, em 2005. Em 2 anos, o abrigo para jovens em risco para onde se mudaram muitos dos desalojados de Nova Orleães, recebeu 157 jovens, 57% considerados vítimas de tráfico sexual e com média de idades de 12 anos, muitos aliciados logo após a catástrofe.
Por que será que, nos dias de hoje há tanto Estudo e Relatório, se conhecem as causas e os efeitos e pouco se sai da papelada? Se há uma intenção sincera e que se quer eficaz, há que actuar preventivamente nestas situações, sem que o apoio humanitário seja prejudicado, ou começando pelas crianças, como dizem os “Direitos das Crianças”.
Para lamentar a realidade estamos cá nós!
Mas as estatísticas só falam das vítimas das catástrofes e os milhares de crianças que desaparecem em situações de paz e de todos os países, incluindo o nosso?
Fernando Pessoa estava enganado quando dizia que “o melhor do mundo são as crianças”, claramente num sentido diferente do valor que lhes dá esta máfia internacional, que trabalha com rede…
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