Apesar dos progressos realizados, atualmente 842.000.000 de pessoas no mundo sofrem de desnutrição crónica.
“É um escândalo que ainda haja fome e subnutrição no mundo. Não se trata apenas de responder às emergências imediatas, mas de enfrentar juntos, em todos os campos de ação, um problema que interpela a nossa consciência pessoal e social, para obter uma solução justa e duradoura”, refere o documento, endereçado a José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO, a agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura.
Segundo o Papa, é preciso “repensar” os sistemas alimentares numa perspetiva solidária, para superar uma “exploração selvagem” da natureza, e mudar estilos de vida que levam ao “consumismo” e ao desperdício de comida.
“A fome e a desnutrição nunca podem ser consideradas como um facto normal, ao qual é preciso habituar-se, como se fizesse parte do sistema: algo tem de mudar em nós próprios, na nossa mentalidade, nas nossas sociedades”, escreve.
A mensagem fala da importância da solidariedade, uma "palavra tão incómoda", propondo que esta seja a "atitude de fundo nas decisões" políticas, económicas e financeiras. "A solidariedade não se reduz às diversas formas de assistências, mas esforça-se por assegurar que um número cada vez maior de pessoas possa ser economicamente independente", precisou o Papa.
Francisco pede que ninguém seja “obrigado a deixar a sua terra” por falta dos meios essenciais de subsistência, propondo uma educação global para a “solidariedade” e a “humanidade”, que coloque sempre a pessoa e a sua dignidade “no centro”, contrariando a mera “lógica do lucro”.
“O desperdício de alimentos mais não é do que um dos frutos da ‘cultura do descartável’, que leva regularmente a sacrificar homens e mulheres aos ídolos da avareza e do consumo, um triste sinal da ‘globalização da indiferença’, que nos vai habituando lentamente ao sofrimento dos outros, como se fosse algo normal”, alerta o Papa.
A FAO revelou que 842.000.000 de pessoas passam fome no mundo, o que representa 1 em cada 8 habitantes do planeta. Além destes, mais de 2.000 milhões de pessoas têm deficiências nutritivas e todos os anos morrem 2.500.000 de crianças com fome.
Nesta quinta-feira assinala-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, efeméride instituída pela ONU, em 1992, com o objectivo de alertar consciências para defender um direito básico do ser humano.
Nesta data, a EAPN Portugal – Rede Europeia Anti-Pobreza deixa a mensagem de que pobreza e democracia são incompatíveis.
Recordando que a pobreza não é um acidente, mas sim uma escolha política e económica, aquela entidade diz ainda, que é preciso apelar aos políticos, no sentido de implementarem políticas de erradicação deste flagelo.
O presidente da Cáritas Portuguesa alertou que há cada vez mais pessoas em situação de "pobreza extrema" em Portugal, porque lhes foi retirada a "principal fonte de rendimento", o trabalho. "Temos cada vez mais pessoas a cair na pobreza extrema, na pobreza mais severa. Não só há mais gente pobre, como mais gente muito, muito pobre", lamentou Eugénio Fonseca no “Dia Internacional da Erradicação da Pobreza”. Para esta situação, têm contribuído as medidas de austeridade nos últimos anos, sublinhou.
"A forma de retirar estas pessoas da pobreza é dar-lhes a oportunidade de acederem a um novo posto de trabalho", mas "enquanto isso não acontece é beneficiá-las com medidas compensatórias, as que estão relacionadas com a protecção social", disse. Mas não é com a redução das medidas de protecção social que se consegue atenuar a pobreza, antes pelo contrário, advertiu.
Ressalvando que não quer "ser derrotista", confessou ter "muito receio" de que, "se não houver uma estratégia bem objectiva que tenha como fim as pessoas e não o capital, muitas pessoas não voltem a encontrar o posto de trabalho que perderam".
Eugénio Fonseca sublinhou que o desenvolvimento do país "não se faz apenas com euros, faz-se com pessoas, porque são elas que fazem gerar os euros". Por isso, defendeu, é importante que "os políticos, enquanto servidores do bem comum e não enquanto servidores de interesses pessoais ou corporativos, defendam as populações e sobretudo os mais fragilizados entre as populações".
Miguel, não é de forma alguma compreensível...
ResponderEliminar"Certo dia" falava sobre faltas de atraso na escola aos primeiros tempos da manhã. Motivo - dificuldade em levantar por sono. O que fazia com que houvesse sono - necessidade de jantar onde houvesse comida, que não na sua casa...
Pois, Cristina! Talvez andassem a catar nos contentores, descontentes com a sorte que os graúdos lhes estão a desenhar, como dizem os nossos governantes,
EliminarSe houver inferno, vão lá formar governo...