Sobre o OE, Mendes teme que venha “juntar 2 austeridades” e lamenta que, mais uma vez, tudo indique que vai atingir contribuintes em geral, funcionários públicos e pensionistas e deixe de fora as grandes empresas e a banca. Por isso, propôs ao Governo que, tal como já fez para o sector energético, avance com uma taxa especial para as grandes empresas, PPPs e sistema financeiro. “Não pode ser sempre o mexilhão e o ‘zé povinho’ a pagar”, afirmou.
Manuela Ferreira Leite diz não saber se há uma nova guerra na coligação por causa do corte nas pensões de sobrevivência. Tem no entanto uma certeza: esta medida viola a matriz social-democrata. Por isso, acrescenta, compreende que na passada quarta-feira os deputados do PSD tenham ficado calados quando a medida foi debatida no Parlamento, deixando as despesas de defesa do Governo para o CDS.
“Percebo que os deputados do PSD estejam muito incomodados com esta medida. É que na matriz social-democrata não se aceitam sistemas de segurança social existencialistas. Aquilo que se defende é sistemas de segurança social contributivos”. Para Ferreira Leite, “o partido social-democrata não interfere na vida das pessoas. “As pessoas são livres de fazerem o que entenderem durante a sua vida. Percebo que uma medida que é a transferência sub-reptícia de uma situação contributiva para uma situação existencialista seja algo que incomoda muito um social-democrata.”
E a antiga Presidente do PSD diz não ter nenhuma dúvida “que os deputados sociais-democratas são sociais-democratas e por isso ficam calados porque vão defender algo que é contra a matriz do partido”.
“Este Governo não tem rei nem roque, nem sabe o que quer, nem sabe para onde vai”, resume Soares, censurando um Governo que diz estar “moribundo” e que quer “acabar com o Estado social”. E acredita que os responsáveis da governação “vão cair muito antes” de Junho, altura em que está previsto o fim do programa de assistência da troika de credores internacionais. “É inevitável. Antes que o ódio do povo se torne violento.”
Soares acredita que “uma parte do Governo, não são todos, claro, é um Governo de delinquentes” e defende que “estes senhores têm de ser julgados, depois de saírem do poder”.
O bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) diz que "os portugueses têm sido demasiado cordatos" face aos sacrifícios impostos e espera "mais do mesmo" em relação à proposta de OE2014. Para o bastonário, "os cidadãos portugueses andam calmos de mais", considerando que, "ao que tem acontecido na vida pública portuguesa, era para estar a ferro e fogo, com uma guerra civil em cima".
Domingues Azevedo diz que "há uma grande vontade" de arrecadar impostos, mas "uma vontade praticamente inexistente" de tributar as mais-valias e os rendimentos de capital, antecipando que "as injustiças vão continuar" e que "as grandes vítimas deste orçamento vão ser os trabalhadores por conta de outrem".
Ou não informaram Marques Mendes em 1.ª mão ou há sinceridade no que disse ou está a pensar pela sua cabeça e dentro da matriz social-democrata, associando-se aos “verdadeiros Sociais-democratas”…
A denúncia da imaturidade!
Surpreendentemente, Ferreira Leite, António Capucho e Rui Rio, tem sido as vozes dos sociais-democratas que ainda defendem a social-democracia e alertam, ciclicamente, os seus companheiros de partido para a reposição da ideologia nas medidas que impõem ao país, sem qualquer outro crivo que não seja o de cortar, cegamente, direitos e reduzir as obrigações do Estado…
A denúncia da incoerência!
Mário Soares vai mais longe, diz o que disse Marques Mendes e Ferreira Leite, de outra forma, mas será o único a ser criticado, por “chamar os bois pelos nomes” e consequentemente assacar responsabilidades criminosas à delinquência sem freio… A ser assim, todos os anteriores governos deveriam ter o mesmo tratamento, obviamente…
A denúncia do roubo!
Domingues Azevedo vê o mesmo que os militantes dos partidos sociais-democratas veem, mas como Técnico Oficial de Contas, detetando erros na resolução dos problemas de tesouraria, e vai mais longe, ao sublinhar a apatia dos portugueses, que já deviam ter reagido energicamente contra esta imaturidade criminosa e antissocial, que vai continuar até se gerar a implosão que Soares prevê…
A denúncia da incompetência!
E enquanto se discute o roubo das pensões de sobrevivência, não se discute o roubo das pensões e reformas em geral, nem o roubo dos salários na Função Pública…
Moral da história: O crime não está em quem é roubado, mas nos que os roubam!
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