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sábado, 14 de setembro de 2013

A Escola não se substitui ao papel exclusivo da família

É importante cuidar da alimentação e da saúde dos filhos, mas é relevante também observar as motivações, as frustrações e o desenvolvimento das suas emoções, por exemplo, a fim de obter informações que, se analisadas devidamente geram ideias sobre como educar de forma mais direta e mais acertada. Assim, as hipóteses de errar diminuem consideravelmente. Porém, impõe-se um obstáculo colossal frente a esta situação: muitos pais não estão suficientemente próximos dos filhos. E agora?
Armando Correa de Siqueira Neto
Não há truque que dê jeito na educação. Ela é uma responsabilidade intransferível – as escolas não conseguem realizar o trabalho tipicamente familiar, que requer proximidade, apego, carinho, confiança, tempo e autoridade. Mas muitos pais justificam a sua ausência através da falta de tempo, diante dos compromissos profissionais. Decerto que o sustento não pode ser comprometido. Todavia, o que não se leva em conta ao apontar o dedo da culpa para o cruel relógio das impossibilidades é que, justamente pelo deficiente convívio, a criança torna-se mal-educada e nem os pais a suportam com o passar do tempo, além de não aprenderem como educar, por se manterem distantes e não colocarem a mão na massa. A situação fica cada vez mais intolerável e distante do desejável. É como se pais e filhos jogassem um jogo no escuro cujas regras não estão definidas e nem sequer se tem prática do mesmo. Em pouco tempo impera a chatice, o cansaço e a frustração. O que fazer?
Para aquele que deseja modificar a dramática situação, é recomendado que se autoavalie (o autoengano causa-nos a sensação de que fazemos o que podemos), além de ter em mente que a luta não dura só um dia; ela continuará por tempo indeterminado, e o conhecimento e a persistência serão os elementos que podem assegurar melhor resultado. Então, deve-se estabelecer um acordo entre aqueles que cuidam da criança, definindo as regras que deverão ser respeitadas mutuamente, pois ao dividir as tarefas educacionais, além de dar atenção e carinho (legítimos), deve-se, ainda, ser firme e sério na hora de falar (sem grito), exigir (hora do banho, estudar, comer, dormir) e retirar alguns prazeres pessoais (televisão ou jogos) por determinado tempo, quando necessário. Deve-se ainda explicar as razões que motivaram cada intervenção. Atender às birras, jamais; só aos pedidos razoáveis, e não se deixar levar pelo manhoso lamento, pois seduz e engana. Com o tempo, os próprios pais perceberão que eles também se modificam. Para alcançar novo estágio requer de si mesmo uma nova consciência.
Não obstante, é natural que os pais se sintam frustrados mesmo diante do esforço empregado, haja em vista a criança não ceder tão facilmente, depois de tanto tempo, sem o adequado limite. Você cederia? Mas é a aproximação do convívio, a firmeza de propósitos, a dedicação, o aproveitamento qualitativo de cada minuto e a persistência que podem colaborar na fundamental mudança que se almeja. Lembre-se que o árduo e enraizado trabalho educacional dá frutos à criança e a quem dela cuida também. Entretanto, educar empenhadamente pede decisão e atitude.

2 comentários:

  1. Tudo se torna fácil se cada pai se convencer que a roda já não precisa de ser inventada. E que todosos que passaram não eram ignorantes ou estupidos comparados com a suprema inteleigencia actual. Cultura costuma tambem chamar-se a este bom senso necessario.

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    1. António Cristóvão
      Eu costumo dizer, que todos somos pais autodidatas e filhos nas mesmas condições, que é um processo natural de aprendizagem. As nossas referências são os nossos pais, que normalmente contrariamos quando temos filhos, mas realmente a roda está inventada e funciona, se passarmos o carinho dos antecessores para os vindouros, oferecendo apenas cuidados, preocupação, empenho e amor (com umas travadelas, quando é preciso)...

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