O papa Francisco defendeu uma intervenção da ONU para acabar com o que chamou de "agressão injusta" contra civis no Iraque e disponibilizou-se para visitar o país, se necessário.
"Onde há um agressor ilegítimo, é legítimo detê-lo. Sublinho o verbo 'deter', e não bombardear ou travar uma guerra", disse o pontífice, fazendo referência às forças extremistas do chamado "Estado Islâmico" (EI).
O Papa admitiu que prefere uma intervenção conjunta da
ONU a uma ação unilateral como a que já está a ser realizada pelos Estados
Unidos. A ONU, segundo ele, precisa discutir maneiras para deter o "agressor". "Uma única nação não pode julgar como
terminar" com uma agressão, frisou o Papa, referindo-se aos Estados
Unidos. Para isso foi criada a ONU depois da II Guerra Mundial, para chegar a
soluções conjuntas, disse. "É
preciso lembrar quantas vezes, com a desculpa de deter um agressor, potências
deram início a uma verdadeira guerra de conquista."
Na última semana, os EUA realizaram bombardeamentos seletivos no norte do Iraque, para combater as forças dos extremistas EI, que combate em vários pontos do Norte do país, para ampliar o "califado" que proclamou.
O papa afirmou que, "se for necessário", viajaria ao Iraque no sentido de apoiar os refugiados cristãos do Curdistão. "Porém, neste momento, não é a melhor coisa a fazer", disse.
Perante a barbárie que se vai alastrando, sobretudo a leste, e a leste de iniciativas de âmbito internacional que lhe ponham cobro, grassando apenas iniciativas nacionais, sem legitimidade e avulso e sem valores confessados, vem o Papa Francisco, mais uma vez, chamar a atenção para o respeito pelo direito internacional e pela “renovação” da missão da ONU, única entidade com delegação para intervenções humanitárias ou bélicas, quando é o caso, como é…
Sabendo-se que os “cabeças” do Califado têm massacrado preferencialmente cristãos, é natural que o maior representante do catolicismo intervenha, em defesa dos seus fiéis, mas também a favor de todos os seres humanos, incitando a ONU a uma “guerra” santa e humanitária, que neutralize os autores deste genocídio, através de métodos diferentes, que passam pelo foro da justiça…
Só é pena que não tenha feito o mesmo apelo para todos os outros conflitos e genocídios, na Ucrânia, na Síria e em Israel… Toda a gente é gente em qualquer sítio, seja qual for a opção religiosa.
Não fossem os massacres e o “Califado” seria uma anedota de humor negro…
É um plano ambicioso: o mapa difundido nas redes sociais por radicais islâmicos mostra as ambições de um califado do século XXI, que iria da Ibéria ao Vale do Indo.
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