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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Um novo “placebo” para a mais recente e “perigosa” doença…

Este "smartphone" foi criado para aqueles que sofrem de nomofobia, o medo irracional de sair de casa sem o telefone. Com o ‘noPhone’ pode fazer tudo... menos telefonar, mensagens, fotografias, etc.
Características especiais: Sem Bateria, não necessita de atualizações, inquebrável e à prova de água.
Prepare-se: a tecnologia não para de surpreender (e a criatividade também não). As pessoas já não sabem viver sem smartphones. É um regalo poder passear-se no Facebook, Twitter, Whatsapp ou Instagram à distância de um clique, onde quer que esteja. O vício virou coisa séria, virou fobia. Já se sentiu ansioso por querer mexer no telefone e não poder? Ou está de 10 em 10 segundos a tocar no visor para ver se recebeu alguma coisa? Pois bem, chama-se nomofobia. Na génese é o medo irracional de sair de casa sem o telefone.
Mas a solução está encontrada, parece. O conforto, a serenidade e a paz chegarão com o noPhoneconta o ABC. É fácil de imaginar: um “telefone” de plástico, que não pode enviar mensagens, nem fazer chamadas, muito menos pode tirar selfies ou mudar o seu estado no Facebook. O ‘noPhone’ é, como chama o autor do artigo, um “telefone” de carências.
“O noPhone atua como substituto a qualquer dispositivo móvel inteligente, o que permite dispor de um retângulo de plástico suave e frio sem renunciar ao ambiente onde está”, explicam na página online do produto. “O ‘noPhone’ simula o peso exato e as dimensões do seu gadget mais querido para aliviar sentimentos gerados pela ausência de um verdadeiro smartphone.”
O site do ‘noPhone’ tem uma secção para (falsos?) testemunhos, que, permitam-nos, é deliciosa. Vejamos: “Com o noPhone, a minha capacidade para o contacto visual melhorou 73%”, disse Whitney R. “Por causa do ‘noPhone’, durante uma semana, deixei de enviar mensagens ao meu ex-namorado quando estava embriagada”, disse Craig G. Ou a frieza de uma tal de Katie A: “Não é um telefone real”Surprise, surprise
A nomofobia afeta, segundo os primeiros estudos, 53% dos utilizadores de telemóveis. Esta patologia afeta mais os homens. Apenas 48% das mulheres sentem ansiedade quando estão com pouca bateria ou rede — os homens registaram 58%.
É um facto que a dependência do smartphone, por ser uma sujeição irreparável, se tornou uma doença crónica, que os sociólogos já devem ter abordado, mas não é por aí que vai o meu comentário…
Mesmo tendo em conta as virtualidades do aparelho, como ferramenta multifuncional, que vai de mero passatempo, passa pela interatividade relacional e pode centrar-se num complemento de trabalho, não deixa de ser dispensável, se tivermos em conta que antes de existir não se sentia a necessidade, embora venha substitua outras dependências antes sentidas…
É curioso que, como em qualquer doença do foro psicológico, também esta já tem um “placebo”, com os mesmos efeitos positivos dos “químicos”, aliviando o stresse dos atingidos e “reduzindo” o efeito do aditivo…
Embora considerando-se que a invenção deu origem a uma nova era numa cultura globalizada e com efeitos incomensuráveis, para o bem e para o mal, retomo um ponto que acho difícil de compreender e que se traduz nos montantes de lucros a que dão origem, em crescendo, já que antes da crise, em Portugal os lucros das operadoras eram 2 vezes superiores aos lucros da banca e depois de 3 anos de austeridade, hoje são quase 4,25% superiores aos do setor bancário: Lucros da Banca: 1.279.000,00 euros e Proveitos Operadoras: 5.436.000.000,00 euros.
Será o “custo” da inatividade laboral, da solidão mitigada ou do aumento de produtividade?
Ou será apenas a redução dos “lucros” da banca?
Só falta saber se o ‘noPhone’ vai pagar IVA (se custar dinheiro) e o tal imposto previsto na Lei da Cópia Privada

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