O que têm em comum um alemão, um
luxemburguês, um belga e um grego? A ambição de ser o próximo presidente
da Comissão Europeia. Martin Schulz, Jean-Claude Juncker, Guy Verhofstadt e
Alexis Tsipras são os 4 principais candidatos à sucessão de Durão Barroso.
Pela primeira vez na história da União
Europeia, o presidente da Comissão vai ser escolhido tendo em conta o resultado
das eleições europeias, ou seja, entre os nomes indicados por cada família
política (partidos europeus que agregam os partidos nacionais ideologicamente
semelhantes). Até agora, o presidente foi sempre escolhido em negociações de
bastidores entre os governos dos vários Estados-membros.
Além destes 4, há mais dois candidatos
indicados por famílias políticas, a alemã Ska Keller
e o francês José Bové,
candidatos pelos Verdes, mas não têm apoio expresso de nenhum partido
português.
É um dos presidentes do Parlamento
Europeu mais populares de sempre. O emprego jovem é a sua maior bandeira de
campanha.
O que pensa sobre:
Emprego
e crescimento
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Até 2020, os socialistas querem 10
milhões de novos empregos criados a partir de tecnologias da informação,
energias renováveis, transportes sustentáveis e investigação. Um acordo a
nível europeu, que envolva a coordenação das ações que promovam o crescimento
em cada país da União Europeia, é a ideia de Schulz para travar as altas
taxas de desemprego.
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Disciplina
orçamental
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Schulz tem vindo a pedir um compromisso
entre a política de disciplina orçamental e o investimento no crescimento e
no emprego. Os socialistas defendem que os níveis de endividamento e de
défice público precisam de ser controlados, mas alegam que, quando a despesa
pública é cortada rapidamente, acaba por causar danos sociais, podendo
conduzir a uma recessão profunda.
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Dívida
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É um dos maiores apoiantes da união
bancária por considerar que os contribuintes não devem pagar as dívidas
contraídas pelos bancos e por afirmar que na Europa se salvaram os bancos,
mas ficaram por salvar as pessoas. É um adepto moderado dos “eurobonds” e apoia o fundo de
mutualização de dívida.
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Federalismo
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Sim.
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É o candidato da direita e um dos
políticos mais experientes na Europa. Foi um dos negociadores de Maastricht,
ex-Presidente do Eurogrupo e detém o recorde de 18 anos como primeiro-ministro
na UE.
O que pensa sobre:
Emprego
e crescimento
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“Tão
sociais como os socialistas”
parece ser o lema de Juncker para o centro-direita europeu. O
ex-primeiro-ministro luxemburguês não quer que seja o PPE a carregar todas as
culpas da austeridade, enquanto os socialistas têm o “monopólio do coração dos europeus”. Assim, crescimento e emprego
também estão no seu programa, mas dependem de reformas profundas nos setores
da saúde, sistema de pensões, mercado de trabalho e sistemas fiscais. Com
isto, quer estimular a produção industrial, o empreendedorismo e a inovação.
A aposta é ajudar os privados, especialmente as pequenas e médias empresas.
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Disciplina
orçamental
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Para Juncker, não há “pausas” na disciplina orçamental. Ela
veio para ficar. Especialmente quando países como França estão em perigo de
ultrapassar novamente o limite de défice de 3% com que se comprometeram.
Despesa pública não equivale a mais desenvolvimento para o ex-governante que,
no seu programa, avisa que rejeita gastos “imprudentes”
do dinheiro dos contribuintes.
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Dívida
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A dívida é para ser paga, mas há
lugar para solidariedade europeia se for necessário. Para Juncker, acumular
mais dívida é antissocial e antidemocrático.
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Federalismo
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Sim, é um federalista assumido.
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É um dos maiores defensores dos
Estados Unidos da Europa e isso tem-lhe valido alguns dissabores, mas Guy
Verhofstadt não desiste. Quer uma Europa unida e promete lutar contra o
euroceticismo.
O que pensa sobre:
Emprego
e crescimento
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Verhofstadt quer dar mais condições
ao setor privado para prosperar, ao mesmo tempo que defende que a aplicação de
verbas do orçamento comunitário deve ter como prioridades a inovação e a
captação de investimento.
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Disciplina
orçamental
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O nível de disciplina comunitário é
suficiente para o candidato, embora ainda não seja “o ideal”.
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Dívida
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Para Verhofstadt, o mais importante
é ter um sistema que permita descer as taxas de juros dos países da zona euro
e, para isso, tanto os eurobonds como
um fundo de mutualização da dívida são propostas que lhe agradam.
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Federalismo
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Sim, é um dos mais acérrimos
defensores do federalismo europeu.
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É um fenómeno de popularidade, não só
na Grécia, onde é líder da oposição, mas na maior parte dos países do Sul da
Europa. Quer resgatar a União da austeridade imposta por Berlim.
O que pensa sobre:
Emprego
e crescimento
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Com os atuais níveis de desemprego
jovem, Tsipras diz que a Europa está a “assinar
a sua carta de suicídio”. Para este candidato, os empregos a criar na UE
têm de ser sustentáveis e financiados pelos fundos comunitários.
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Disciplina
orçamental
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A política fiscal europeia em vigor,
que obriga à apresentação de orçamentos equilibrados, é “uma ideia perigosa”, segundo Tsipras. O candidato quer suspender
a legislação europeia nesta área e instaurar uma política mais flexível
consoante a situação económica dos países.
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Dívida
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Para resolver a crise das dívidas
soberanas dentro da União Europeia, Tsipras quer organizar uma Convenção da
Dívida Europeia. O político grego considera que o Acordo de Londres no
pós-segunda-guerra Mundial (que perdoou parcialmente a dívida alemã e
suavizou o pagamento dos juros) é o modelo a seguir na resolução deste
problema.
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Federalismo
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Sim. Tsipras considera que a Europa
precisa de um sistema mais parecido com aquele que vigora nos Estados Unidos
da América e estruturas federais para manter a sua coesão.
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