Criada em 1990, a Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) é a maior rede europeia constituída por redes nacionais, regionais e locais, envolvendo ONGs de luta contra a pobreza e grupos da sociedade civil, assim como organizações Europeias, ativas no combate contra a pobreza e exclusão social.
A Rede Europeia Anti-Pobreza e os seus membros por toda a Europa apelam aos cidadãos europeus para se fazerem ouvir e ajudarem a moldar uma Europa mais social.
As organizações de luta contra a pobreza da União Europeia apelam aos cidadãos europeus para votarem nas próximas eleições europeias e elegerem candidatos ao Parlamento Europeu que se tenham, explicitamente, comprometido em lutar contra a pobreza, a exclusão social e a desigualdade na União Europeia. Por ocasião do dia 9 de Maio, celebrado como Dia da Europa, a Rede Europeia Anti-Pobreza junta-se para relembrar os cidadãos europeus que a UE que procuram depende do novo Parlamento que irão eleger. Durante um período de diversos dias, próximos do dia 9 de Maio, as redes nacionais da EAPN da Finlândia e de Portugal irão organizar uma série de eventos a nível nacional, regional e local.
"Durante os últimos meses, a EAPN entrou em contacto com os candidatos às eleições europeias, pedindo o seu compromisso na luta por uma Europa mais social e livre de pobreza, exclusão social e desigualdade. Muitos dos candidatos responderam, subscrevendo a campanha da EAPN assim como o seu manifesto. Desta vez tem que ser diferente! Para proteger a democracia precisamos de um Parlamento Europeu que se coloque do lado das pessoas e que represente os seus principais interesses, e entre os mais importantes e decisivos encontra-se a luta contra a pobreza." - declarou Sérgio Aires, Presidente da EAPN.
"Estamos satisfeitos por ter um leque abrangente de escolhas entre os candidatos que apoiam uma Europa Social, onde as pessoas e as suas necessidades são a prioridade. Mas também estamos conscientes de que a Europa atual não inspira as pessoas a votarem. Muito pelo contrário, muitos cidadãos estão a afastar-se da Europa num momento tão importante como o que vivemos e onde os cidadãos têm o direito a fazer a sua escolha. A realidade é que 80% da legislação nacional é guiada pela UE, portanto é do interesse de todos votar." - acrescentou Sérgio Aires.
"Os níveis de pobreza, exclusão social e desigualdade atingiram picos nunca antes vistos. As medidas de austeridade têm vindo a destruir estados-providência e a obrigar as pessoas a pagarem por uma crise que não criaram. Com a sociedade civil a ser posta de lado pelos processos de tomada de decisão, compreendemos que as pessoas percam a confiança nas instituições europeias. E é exactamente por isso que, mais que nunca, é imperativo eleger pessoas que façam a diferença quando a UE falha nos seus princípios fundamentais de democracia e solidariedade que asseguravam a paz e o bem-estar." - disse Barbara Helfferich, Diretora da EAPN.
Apesar de a Estratégia Europa 2020 ter definido como um dos seus objectivos tirar 20.000.000 de pessoas da pobreza até 2020, as estatísticas mostram um aumento dramaticamente acentuado das taxas de pobreza. Entre 2010 e 2011, o número de pessoas no limiar da pobreza ou em situação de exclusão social na UE aumentou em 3.700.000 (+0,7%), atingindo o número de 121.200.000 de pessoas em 2011 (24,3 % do total da população europeia). Em 2012, o número de pessoas no limiar da pobreza ou exclusão social atingia os 124.500.000 de pessoas (24,8 %). Desde 2010, que mais 6.000.000 de pessoas na UE se encontram a viver em risco ou em situação de pobreza.
Bruxelas 08/05/2014
"Electing Champions for a Social Europe" ("Eleger Defensores de uma Europa Social") é uma campanha europeia protagonizada pela Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) e os seus membros (29 redes nacionais e 18 organizações europeias) representando centenas de organizações no terreno a trabalhar com milhares de cidadãos europeus, bem como outros parceiros que apoiam uma Europa social.
As principais exigências da campanha:
- Um Pacto Social para uma Europa Social
- Uma estratégia da UE eficaz no combate à pobreza, exclusão social, desigualdade e discriminação;
- Uma democracia mais forte e a participação da sociedade civil;
- Uma audição anual no Parlamento Europeu com pessoas em situação de pobreza.
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