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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Há uns americanos que ajudam, depois vêm outros e atrapalham

Desde o lançamento da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, liderada pelo Rotary e os seus parceiros – Organização Mundial da Saúde, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, Unicef e Fundação Bill e Melinda Gates – os casos de Pólio diminuíram em 99%. Em 2013 foram registados apenas 406 casos no mundo. Em 1985, quando o Rotary começou a luta contra a poliomielite, a doença era endêmica em 125 países; hoje, existe em apenas 3: Nigéria, Afeganistão e Paquistão.

Na verdade nem o dinheiro trazido pelos rotários para a Rotary Foundation, nem o dinheiro de celebridades do mundo inteiro, nem o dinheiro da Fundação Bill e Melinda Gates resolve o drama da Pólio na Nigéria.
Na Nigéria, em 2003, o programa de imunização contra a Pólio foi suspenso no norte do país por conta de boatos de que a vacina estava contaminada. Como resultado disso, o vírus nigeriano alastrou-se para vários outros países que já se tinham livrado da Pólio. 
Representantes de organizações internacionais da saúde, e o próprio Bill Gates, encontraram-se com líderes nigerianos e o esforço passou a ser de aumentar e melhorar a cobertura e vacinar o maior número possível de crianças.
Entretanto voluntários rotários, que aplicavam a vacina, foram mortos devido às tensões entre tribos; acreditavam que a vacina seria algo maléfico enviado pela tribo oponente para dizimar as crianças da tribo.
A conclusão a que se chega é que a má informação, associada ao medo de invasões camufladas, promovidas pelos EUA, a exemplo da captura e morte de Bin Laden, fecham as portas para o bem. Eles imaginam que o suposto ingresso de vacinas no país, é um meio de dissimular o ingresso de tropas, de armamento, só para mudar o foco, mudar a atenção.
Até aqui, tudo mais ou menos bem… depois vem o reverso da amedalha:
A CIA, a agência de inteligência dos EUA, comprometeu-se a não voltar a usar campanhas de vacinação falsas nas suas operações de inteligência, como ocorreu há 3 anos durante as buscas por Osama bin Laden, informou o Washington Post, citado pelo portal Terra.
A assessora de Segurança Nacional do presidente Barack Obama, Lisa Monaco, fez tal afirmação numa carta de resposta a outra na qual os decanos de 12 faculdades de saúde pública do país se queixavam do prejuízo que esse tipo de prática representa para toda a comunidade de saúde do país.
Além de Monaco, o Washington Post cita como fonte a porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, Caitlin Hayden. Os decanos escreveram uma carta a Obama em Janeiro de 2013 para protestar pela operação na qual a CIA usou o médico paquistanês Shakil Afridi para conseguir amostras de ADN que pudessem confirmar a presença de Bin Laden em Abbottabad através de uma falsa campanha de vacinação contra a Polio no local.
Essa controvertida operação fracassou e Afridi foi condenado a 23 anos de prisão por traição. "Encobrir operações de inteligência com serviço público humanitário provocou consequências colaterais que afectaram toda a comunidade da saúde pública", escreveram os decanos na sua carta ao presidente.
Segundo o Washington Post, o governo respondeu aos decanos na última sexta-feira e prometeu que a CIA não repetirá esse tipo de prática. "A agência não fará uso dos programas de vacinação para as suas operações, o que inclui os trabalhadores dessas campanhas. Também não buscará obter ou utilizar - para suas operações - as amostras de ADN, ou de outro material genético, que forem recolhidas nesses programas", prometeu o governo na sua carta.

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