O indicador de confiança dos consumidores voltou a aumentar em Julho, mês que ficou marcado pela crise política, prolongando o movimento ascendente que se observa desde Janeiro, depois de ter atingindo o mínimo da série em Dezembro do ano passado, com subidas em todos os indicadores de confiança sectoriais: indústria, construção e obras públicas, comércio e serviços. Não obstante a recuperação, o indicador ainda se situa num nível mais negativo do que o observado em Julho de 2012.
“O aumento do indicador de confiança dos consumidores, observado nos últimos 2 meses deveu-se ao contributo positivo de todas as componentes, sendo mais significativo no caso das expectativas sobre a evolução do desemprego”, refere o INE.
O indicador de confiança dos consumidores e empresários da Zona Euro atingiu um máximo de 15 meses, em Julho, ao subir para 92,5 pontos, em linha com o antecipado pelos analistas. No mês precedente, o índice tinha ficado nos 91,3 pontos, segundo dados divulgados pela Comissão Europeia.
A economia da Zona Euro mostra sinais de recuperação, depois de ter registado 6 trimestres de contracção. Os economistas antecipam que o PIB da região tenha observado um abrandamento da queda, no período, e estimam que o indicador retome uma tendência positiva, no trimestre iniciado em Julho.
Convém não esquecer que este indicador de confiança, é baseado apenas num sentimento, numa crença, sem qualquer justificação baseada em dados concretos, de outra forma, não passaria incólume à maior crise política na própria coligação.
Por outro lado, e segundo o INE, este “aumento” passa pelas expectativas sobre a evolução do desemprego, com origem na sazonalidade (que se omite), e pelas (novas) promessas de crescimento (do “novo” governo), em que as pessoas querem acreditar (Produção na construção cai pelo 23º semestre consecutivo)… Veremos (o que já vimos)!
Na Zona Euro, parece que acontece o mesmo com o mesmo indicador, só porque a economia dá sinais de recuperação(?), com um abrandamento da queda do PIB, ou seja, com menos contração, que dura há 6 meses, ou seja, perde-se menos… Perspetivas (de economistas)!
Entretanto, passando-se à realidade, pura e (muito) dura, constata-se que há mais pessoas e cada vez mais, a escolherem a morte como solução para a crise financeira, que é uma consequência da crise social que se (sobre)vive e que contraria o tal indicador de confiança, não na economia, mas no futuro, funcionando assim como um indicador de desesperança…
E a desconfiança, aliada à desesperança e baixa estima, é de tal ordem, que entrou pelo governo adentro, a ponto de apresentar uma Moção de Confiança nele próprio, à espera de que os seus correligionários dissessem que os ministros eram os melhores e que as (mesmas) novas medidas vão ter efeitos diferentes dos conseguidos… Até parece que não tem noção do que é confiança…
A Moção foi aprovada, claro, mas a fada Rainha caiu no mesmo pecado…
Vitória, vitória, acabou a história!
A arma está apontada: a crise instalou-se não só na economia do País como também na sociedade, tornando-se causa e consequência do elevado número de homicídios registados em Portugal este ano. Até ao dia 15 de Julho, 71 pessoas já tinham sido assassinadas no País, o que comparando com os primeiros 7 meses do ano passado, já foram mortas mais 9 pessoas em 2013.
Para o psicólogo forense e presidente da Associação para a Intervenção Jus-psicológica, Carlos Poiares, o aumento deste tipo de crime está relacionado com a crise instalada no País. “Falo da crise financeira e da crise social, que é uma consequência”, disse ao jornal.
“Vivemos numa ditadura financeira e as pessoas perderam a esperança de que as coisas mudem. Os problemas psíquicos acumulam-se e agravam-se. Os mais novos ainda podem emigrar, mas e os mais velhos? As pessoas estão desesperadas e caem na violência”, alerta.
A moção de confiança ao Governo foi aprovada com os votos favoráveis do PSD e do CDS, tal como o previsto.
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